Recordando as palavras do Papa Francisco, o Bispo da Cidade de Quesada (Costa Rica), Dom José Manuel Garita, expressou que o dever de todo cristão é deixar a indiferença de lado e cuidar do próximo, neste caso, das pessoas que saem de seu país de origem em busca de oportunidades ou fugindo da crise.

Chegam a nós muitas notícias “sobre milhões de pessoas migrantes. E, algumas vezes, nossa atitude através dos comentários, da nossa presença nas redes sociais, ou apenas a indiferença, em nada contribuem para fomentar o clima de paz e respeito que todo ser humano merece”, assegurou Dom Garita através de sua mensagem semanal “Fermento”, publicada no dia 23 de julho.

Segundo o Prelado, o Santo Padre afirma que não se trata apenas da situação dos migrantes, mas "do presente e do futuro da família humana".

“Em meio ao que o Papa também chamou de 'globalização da indiferença', é nosso dever cristão cuidar dessas pessoas que saem dos países onde nasceram em busca de oportunidades, mais ainda, muitas delas, saem de seus países fugindo de guerras e situações precárias que impedem o desenvolvimento humano”, afirmou.

Também incentivou a deixar de lado as atitudes ruins em relação às outras pessoas "que também são nossos irmãos".

O Papa enviou esta mensagem por ocasião do próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado em 29 de setembro deste ano.

Em seu texto, Francisco afirmou que “os migrantes, os refugiados, os desalojados e as vítimas do tráfico de seres humanos aparecem como os sujeitos emblemáticos da exclusão, porque, além dos incômodos inerentes à sua condição, acabam muitas vezes alvo de juízos negativos que os consideram como causa dos males sociais”.

Do mesmo modo, o Bispo da cidade de Quesada comentou que um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em junho, assinala que “mais de 70 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas devido à violência ou à perseguição”, sendo este um “novo recorde histórico” como consequência da crise migratória no mundo.

“Este relatório revela, de certa forma, três níveis: os refugiados, que já chegam a quase 26 milhões de pessoas; as pessoas requerentes de asilo, quase quatro milhões; e o maior número é o de pessoas que se deslocam internamente em seu país e que ultrapassam 41 milhões de pessoas. Esse último número cresce a uma taxa de 37 mil pessoas diariamente”, explicou.

O Prelado disse que o Papa Francisco "nos chama a ver os sinais dos tempos em todas essas pessoas", e que na Costa Rica há pessoas que veem o país como uma oportunidade para "viver melhor, ou às vezes, um país de passagem, pelo qual transitam em direção a outros sonhos ou objetivos”.

“Diante dessa realidade, quais são nossas atitudes? Somos reflexo de Cristo? Olhamos para o outro como nosso irmão? Acolhemos aquele que vem de fora?”, questionou Dom Garita, que também encorajou a meditar e pedir ao Senhor sabedoria e força “para ajudar em nossa sociedade a mudar a mentalidade sobre nossos irmãos migrantes”.

"Pedimos a construção de políticas de desenvolvimento humano e integral entre países, para resolver o que é uma verdadeira crise humanitária", afirmou.

Destacou também que o Pontífice recorda que Jesus nos chama à conversão através dos migrantes. “O Senhor nos chama a uma conversão, a libertar-nos dos exclusivismos, da indiferença e da cultura do descarte. Através deles, o Senhor nos convida a reapropriarmo-nos da nossa vida cristã na sua totalidade e contribuir, cada qual segundo a própria vocação, para a construção de um mundo cada vez mais condizente com o projeto de Deus”, afirmou.

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