Na quinta-feira, 27 de junho, os restos mortais de Dom Fulton Sheen foram transferidos de Nova York (Estados Unidos) para Peoria, após uma longa batalha judicial, e, com isso, retomou-se o processo de beatificação do Arcebispo.

A informação foi confirmada por meio de um comunicado pela Diocese de Peoria, no qual se afirma que o Bispo Dom Daniel Jenky “está feliz em anunciar que os restos mortais do Venerável Arcebispo Fulton Sheen foram transferidos da Catedral de St. Patrick, Nova York, para a Catedral de St. Mary of the Immaculate Conception, em Peoria. Dom Jenky também está feliz em anunciar que a causa para a beatificação foi retomada”.

 

O Arcebispo Fulton Sheen foi um grande evangelizador pelos meios de comunicação nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960. Foi ordenado sacerdote aos 24 anos, na Diocese de Peoria. Em 1951, foi nomeado bispo auxiliar de Nova York e, em 1966, bispo de Rochester. Aposentou-se em 1969 e retornou para Nova York, onde morou até sua morte em 1979.

A Diocese de Peoria abriu a causa de beatificação de Dom Fulton Sheen em 2002, depois que a Arquidiocese de Nova York disse que não iria explorar o caso. Em 2012, Bento XVI reconheceu as virtudes heroicas do Arcebispo.

Mas, em setembro de 2014, o Bispo de Peoria suspendeu a causa de Fulton Sheen, alegando que a Santa Sé esperava que restos mortais dele estivessem na Diocese de Peoria.

Por sua vez, a Arquidiocese de Nova York disse que autoridades do Vaticano afirmaram que a Diocese de Peoria poderia propor a canonização de Sheen, independentemente de onde seu corpo estivesse repousando.

O testamento de Fulton Sheen declara o seu desejo de ser enterrado no Cemitério do Calvário da Arquidiocese de Nova York. Então, após o falecimento do Arcebispo, o Cardeal Terence Cooke, de Nova York, perguntou à sobrinha e parente vivo mais próximo de Sheen, Joan Cunningham, se restos mortais dele poderiam ser colocados na cripta da Catedral de Nova York e ela concordou.

Entretanto, Cunningham disse que seu tio teria desejado ser enterrado em Peoria se soubesse que ele seria considerado para canonização. Assim, em 2016, a sobrinha de Sheen entrou com uma ação legal pedindo que os restos mortais dele fossem transferidos para a Catedral de Santa Maria, em Peoria.

A Arquidiocese de Nova York apelou diversas vezes dessa tentativa. Até que o Tribunal de Apelações de Nova York rejeitou a apelação final desta Arquidiocese em 7 de junho de 2019, permitindo que Cunningham transferisse os restos mortis de seu tio para Peoria, o que ocorreu na última quinta-feira.

Após a decisão do Tribunal de Apelações, informou o comunicado da Diocese de Peoria, “a Arquidiocese de Nova York e a Diocese de Peoria colaboraram na organização da transferência”, a qual “seguiu a lei civil e a lei da Igreja”.

“A lei da Igreja exige que o translado dos restos de alguém considerado para a beatificação deve ser feito sem solenidade. Assim, a transferência não pôde ser divulgada antecipadamente. Além disso, nenhuma cerimônia litúrgica ou reunião pública poderia ser realizada durante o translado. Portanto, a transferência dos restos mortais foi feita sem prévio aviso público”, disse a Diocese de Peoria.

Estiveram presentes na Catedral de Nova York para o translado dos restos mortais do Venerável Fulton Sheen sua sobrinha Joan Cunningham e a chanceler e procuradora da Diocese de Peoria, Patricia Gibson.

Já em Peoria, indicou o comunicado, “os restos mortais serão colocados em um monumento de mármore dentro da Catedral de St. Mary of the Immaculate Conception”. “O novo túmulo do Venerável Arcebispo Sheen está localizado no altar lateral dedicado à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”.

Com esse translado dos restos mortais de Fulton Sheen, “a causa de sua beatificação foi retomada. Dom Jenky informou o Vaticano, indicado que o litígio civil terminou e que os restos mortais de Sheen foram transferidos. O Vaticano confirmou que a Causa para a Beatificação foi retomada”.

“A Congregação para as Causas dos Santos, em Roma, apresentará o suposto milagre ao Papa Francisco para seu decreto autenticando o milagre atribuído à intercessão de Sheen”, expressou a Diocese de Peoria, segundo a qual, “este suposto milagre envolveu a cura milagrosa de um recém-nascido que ficou sem sinais vitais por mais de 60 minutos”.

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