O Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, encorajou os fiéis católicos a rezarem para que na Nicarágua a paz seja fruto da justiça.

"Juntos rezemos para que na Nicarágua a paz seja fruto da justiça, que a reconstrução da confiança esteja cimentada em acordos duradouros e respeitados, com base na verdade dos fatos, na reparação e na reinserção das vítimas e de suas famílias”, disse o Cardeal em um vídeo publicado no dia 24 de junho na conta do Facebook da Arquidiocese de Manágua.

"Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!", exortou o Purpurado.

Em 11 de junho, o Cardeal disse que os frutos dirão se a lei da anistia aprovada pelo governo da Nicarágua foi boa ou ruim para o país.

A Assembleia Nacional, dominada pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), aprovou a Lei da Anistia que, embora tenha permitido a libertação de um grupo de presos políticos, tem sido criticada pela oposição que considera que também dará impunidade aos efetivos e paramilitares responsáveis ​​por crimes e pelas prisões arbitrárias ocorridas desde abril de 2018, quando começaram os protestos contra o regime.

Como parte de uma negociação com a opositora Aliança Cívica, o governo libertou mais de 600 pessoas detidas no contexto dos protestos de 2018, mas cerca de 85 ainda estão presas.

Além disso, informou ‘Deutsche Welle’ (DW), os prisioneiros libertados não obtiveram a liberdade definitiva, seus julgamentos não foram anulados, o que os impede de voltar a trabalhar ou estudar.

Sanções a Ortega

Por outro lado, as sanções impostas em 21 de junho pelo Canadá e pelos Estados Unidos aos funcionários do presidente Daniel Ortega, incluindo sua esposa e vice-mandatária Rosario Murillo, são uma nova “reviravolta” nas pressões externas sobre o governo da Nicarágua.

Estão dirigidas, assinala DW, a afetar as operações financeiras da família governante, cuja fortuna tem sido administrada no mais absoluto mistério.

"É evidente que há um grande mal-estar dos Estados Unidos e do Canadá por causa do rumo das coisas no país e o pouco cumprimento de Ortega ao acordado no diálogo, especialmente a libertação dos presos de consciência”, declarou a DW o ex-chanceler e ex-embaixador nicaraguense em Washington, Francisco Aguirre Sacasa.

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