Embora alguns meios tenham divulgado a recente carta enviada pelo Papa Francisco a Luiz Inácio Lula da Silva como uma expressão de apoio do Pontífice ao ex-presidente do Brasil, o intelectual católico Bernardo Pires Küster explicou que, na verdade, o que o Santo Padre fez foi “foi um carta de caridade cristã”.

A missiva foi divulgada nesta quarta-feira,29, pelo site oficial de Lula e logo alcançou grande repercussão na mídia, sendo interpretada por alguns como apoio ao ex-presidente, que cumpre pena de oito anos e 10 meses de prisão em Curitiba (PR) após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Frente aos comentários e questionamentos, Bernardo Küster, influenciador digital católico que conta com cerca de 1 milhão de seguidores em suas redes, declarou: “Eu falei com minhas fontes lá na Santa Sé, lá no Vaticano, e eles me confirmaram, sim, o Papa Francisco enviou uma carta a Lula”.

Entretanto, pontuou o também ensaísta e tradutor, na verdade o Santo Padre “não enviou por iniciativa própria; o que ele fez foi responder ao Lula, que tinha enviado uma carta de teor absolutamente político, querendo que o Papa entrasse na conversa dele”. Assim, ressaltou, “o que o Papa fez de verdade foi uma carta de caridade cristã”.

Em vídeo publicado em seu canal no Youtube nesta quarta-feira, que já conta com aproximadamente 84 mil visualizações, Küster afirmou que, embora militantes de esquerda tenham tentado “capitalizar politicamente esta carta”, “pinçar as partes que lhes interessam e moldar uma narrativa como se o Papa Francisco o fosse uma espécie de lulista gritando Lula livre”, isso “é uma grande mentira”.

Pelo contrário, assinalou, a carta é uma expressão de “uma das sete obras de caridade, que é visitar os encarcerados”. Assim, tendo em consideração que o ex-presidente do Brasil está preso por corrupção, o influenciador digital assinalou que também ele “é digno da misericórdia divina”.

“É de se ressaltar que o Papa Francisco, no maior parágrafo de sua carta, fala sobre conversão, fala sobre arrependimento, neste período ainda de Páscoa que a Igreja vive, período em que vamos comemorar a ressurreição. O Papa Francisco fala sobre a conversão, sobre a vitória do bem sobre o mal, sobre a vitória da luz sobre as trevas”, observou.

Na carta, Francisco recorda que “nestes dias, estamos celebrando a Ressurreição do Senhor” e afirma que, graças a Jesus, “podemos passar da escuridão para a Luz; das escravidões deste mundo para a liberdade da Terra prometida; do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a Ele”.

Além disso, o Pontífice se refere ao falecimento de parentes do ex-presidente do Brasil, entre os quais “sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente 7 anos”.

Desse modo, Bernardo Küster destacou que o “Papa Francisco simplesmente fez uma obra de compaixão, se compadecendo das mortes que o Lula teve, e respondeu à carta”.

“Não tem nada de uso político”, declarou o intelectual, acrescentando que o Papa “responde a muitas cartas de pessoas que estão presas, em carta pessoal”.

“É uma carta pessoal e é óbvio que não vale como magistério da Igreja”, disse e lembrou “que a Igreja não tem ideologia, a Igreja não tem lado nesse aspecto”.

Por fim, Bernardo Küster convida todos: “Reze pelo Papa, reze pela Igreja, reze pela conversão do Lula”.

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