O Cardeal Gerhard Müller, Prefeito Emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, lançou no Brasil o 11º volume da “Teologia da Liturgia – O Fundamento Sacramental da Existência Cristã”, das “Opera Omnia” (Obras Completas) do teólogo alemão Joseph Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI, sendo este o primeiro em língua portuguesa.

No último fim de semana, Purpurado realizou o lançamento em São Paulo, onde foi acolhido pelo Arcebispo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, o qual também é presidente da Sociedade Ratzinger do Brasil, criada em 2017 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a fim de traduzir e divulgar as obras de Bento XVI e promover atividades de estudo e pesquisa sobre seu pensamento teológico.

Além do lançamento da obra, o Cardeal alemão presidiu a Missa no último domingo, 28 de abril, na Catedral da Sé, em São Paulo, e recordou como os últimos pontífices sublinharam a necessidade de nova evangelização nos países de antiga cultura cristã.

“Isso pode ser, também, estendido a países que já há 500 anos têm sido edificados na cultura cristã”, disse em referência ao Brasil, conforme informou o site ‘O São Paulo’, da arquidiocese paulista.

Em sua homilia, ao refletir sobre o Evangelho do Segundo Domingo da Páscoa, o Purpurado falou sobre a natureza e a finalidade da Igreja, explicando que, “depois de ressuscitar dos mortos, ao mandar o Espírito Santo sobre os apóstolos e sobre toda a humanidade, Jesus concluiu a fundação da Igreja visível sobre a terra”.

Assim, indicou que a Igreja é “comunhão com a Santíssima Trindade” do mesmo modo que é a continuação da missão de Cristo no mundo. “A sua tarefa é aquela de conduzir toda a humanidade à fé e através dos sacramentos, à glorificação e à adoração do Senhor”.

“A Igreja não é uma religião civil”, declarou o Cardeal, ressaltando que, “por quanto tantas pessoas se deixam enganar por pseudo-salvadores, a verdade permanece inalterada: a humanidade e seus produtos, como a ciência, a técnica, a economia e as riquezas, formas de poder e de governo, não podem dar respostas a soluções aos desafios existenciais. Somente Deus, que na sua Palavra, em Cristo, nos falou diretamente, somente Ele é a solução para o enigma que o ser humano é em si mesmo”.

Nesse sentido, observou que, como em todos os tempos, também hoje se espalham “fagulhas de falso esplendor” que querem aprisionar as pessoas no “lodo do relativismo e do materialismo”.

Segundo ele, “são vozes que dizem que não existe nenhuma verdade que nos comprometa e nos dê limites objetivos”. Entretanto, enfatizou que Deus não possui somente verdades, mas Ele mesmo é “a verdade que liberta o ser humano do cárcere do egocentrismo”.

Além disso, recordou que, “na Igreja, somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai celestial em seu Filho Jesus Cristo”. Por isso, indicou que a solidariedade com os pobres, enfermos, perseguidos, a luta por justiça social, pela vida dos nascituros e pelo direito à vida de todos os idosos até a sua morte natural, é fundada no fato de os cristãos serem “os anunciadores do Evangelho da graça e da dignidade humana”.

Desse modo, recordou que “a missão da Igreja, dentro e fora de si mesma, no passado e no futuro, era e é algo diferente de um mero empenho caritativo”.

“Igreja de Deus será em todas as partes, inclusive no Brasil, um sinal de esperança para toda a humanidade quando Cristo brilhar nela como luz para o mundo, para que nós, através dele, tenhamos vida, e vida em abundância”, concluiu.

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