O Arcebispo de Morelia e vice-presidente da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), Dom Carlos Garfias Merlos, incentivou a aprovação da lei de liberdade religiosa promovida pela Igreja Católica e por outras denominações cristãs no país.

Entrevistado pelo jornal ‘El Sol de México’, Dom Garfias Merlos disse que esta proposta legislativa visa "a liberdade de poder professar a fé, expressá-la, celebrá-la, manifestá-la, vivê-la com o devido respeito para com todos" e "entender a laicidade no sentido positivo e não a laicidade entendida como ‘restritiva e negativa’".

O Prelado mexicano pediu um "compromisso de dar a aprovação e o valor importante à lei de liberdade religiosa, que estamos promovendo há muito tempo através da Igreja Católica e através de todas as igrejas, para aqueles que somos ministros de culto e para aqueles fiéis de alguma expressão de fé”.    

Desde o século XIX, a Igreja e o Estado mexicano experimentaram fortes tensões que se agravaram no início do século XX, com a Constituição ainda existente de 1917 e a "lei de tolerância de cultos" de Plutarco Elías Calles, que proibia as congregações religiosas, o ensino da religião nas escolas e inclusive que os sacerdotes usassem batinas na rua.

Até as reformas constitucionais de 1992, a Igreja Católica não tinha pessoa jurídica no México e as "ordens monásticas" eram proibidas. De fato, os templos católicos construídos antes daquele ano são considerados propriedade federal cedida aos cuidados da Igreja.

A Igreja também é proibida de possuir canais de televisão e estações de rádio.

Para o Arcebispo de Morelia, atualmente no México há "uma boa oportunidade para propor o tema da liberdade religiosa, não só a possibilidade de ter meios de comunicação, mas uma verdadeira liberdade religiosa que dignifique e dê aos cidadãos mexicanos a possibilidade de expressar e viver sua fé".

Além disso, ressaltou que, se houver plena liberdade religiosa no México, "a Igreja poderá participar nos temas de política, governo e vida pública do país".

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