Em sua nova Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus vivit (Cristo vive), o Papa Francisco incentivou os jovens a seguir o exemplo da Virgem Maria, que “embarcou no jogo” com seu ‘sim’ no momento da Anunciação, o que a converte na “‘influenciadora’ de Deus”.

Em seu texto de 299 pontos publicado nesta terça-feira, 2 de abril, o Santo Padre apresenta Maria como “o grande modelo para uma Igreja jovem”, cujo “sim” ao anjo não foi uma aceitação passiva ou resignada, como um “provemos a ver que sucede”. A Virgem “era determinada: compreendeu do que se tratava e disse ‘sim’, sem rodeios de palavras”, afirmou.

Nesse sentido, o Papa assegura aos jovens que a resposta de Maria “foi o ‘sim’ de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é portadora de uma promessa”. “Uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer ‘não’”.

“Com certeza teria complicações – indicou Francisco –, mas não haveriam de ser idênticas às que se verificam quando a covardia nos paralisa por não vermos, antecipadamente, tudo claro ou garantido. Maria não comprou um seguro de vida! Maria embarcou no jogo e, por isso, é forte, é uma ‘influenciadora’, é a ‘influenciadora’ de Deus! O ‘sim’ e o desejo de servir foram mais fortes do que as dúvidas e dificuldades”.

Francisco explica em sua exortação que Maria soube acompanhar o sofrimento de seu Filho. “Que dor sofreu! Mas não A abateu”, pois Ela é “a mulher forte do ‘sim’, que apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança”.

“Maria era a donzela de alma grande que exultava de alegria, era a jovenzinha com os olhos iluminados pelo Espírito Santo, que contemplava a vida com fé e guardava tudo no seu coração. Não ficava quieta, punha-se continuamente a caminho: quando soube que sua prima precisava d’Ela, não pensou nos próprios projetos, mas ‘dirigiu-Se à pressa para a montanha’”, recorda o Papa.

Do mesmo modo, lembra que não duvidou em ir com José para o Egito, um país distante, para “proteger o seu menino”. Também “permaneceu no meio dos discípulos reunidos em oração à espera do Espírito Santo”. “Assim, com a presença d’Ela, nasceu uma Igreja jovem, com os seus Apóstolos em saída para fazer nascer um mundo novo”, destaca Francisco.

“Aquela jovenzinha é, hoje, a Mãe que vela pelos filhos: por nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas desejosos que a luz da esperança não se apague”.

Francisco assegura que “isto é o que queremos: que a luz da esperança não se apague. A nossa Mãe vê este povo peregrino, povo jovem amado por Ela, que A procura fazendo silêncio no próprio coração, ainda que haja muito barulho, conversas e distrações ao longo do caminho. Mas, diante dos olhos da Mãe, só há lugar para o silêncio cheio de esperança. E, assim, Maria ilumina de novo a nossa juventude”.

Do mesmo modo, durante a apresentação aos meios de comunicação do texto da Exortação, o Cardeal Lorenzo Baldisseri destacou o aspecto mariano da Exortação Apostólica.

Em concreto, a escolha do Papa Francisco de assinar o documento na casa de Maria no Santuário de Loreto no último dia 25 de março, Solenidade da Anunciação do Senhor. Naquela ocasião, o Santo Padre disse aos jovens que “a Santa Casa é a casa dos jovens, porque aqui a Virgem Maria, a jovem cheia de graça, continua falando às novas gerações, acompanhando cada um na busca de sua vocação”.

Nesse sentido, o Cardeal Baldisseri citou Christus vivit para recordar que a jovem de Nazaré é “o grande modela para uma Igreja jovem que quer seguir Cristo com frescor e docilidade” e que ao seu “sim” juvenil fazem eco os “sim” de tantos outros santos jovens de diferentes épocas.

A Exortação Apostólica Christus vivit foi assinada pelo Papa Francisco em 25 de março, durante sua visita ao Santuário de Nossa Senhora de Loreto (Itália). O documento é publicado logo após o Sínodo dos Bispos sobre o tema “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, que aconteceu no Vaticano, de 3 a 28 de outubro de 2018.

Sobre a Exortação Apostólica, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, indicou que “2 de abril é a data de apresentação e publicação do documento, na memória da morte de São João Paulo II”.

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