Os Bispos da Venezuela reunidos no Concílio Plenário deram a conhecer nesta segunda-feira sua "plena e absoluta solidariedade com o Cardeal Rosalío Castillo Lara", um dos mais duros críticos do Presidente Hugo Chávez; assim como alvo das agressões verbais do mandatário.

No texto, os bispos assinalam que seu apoio ao Cardeal "frente aos ataques contra sua pessoa, que consternou não só os membros da Igreja mas também todo o povo venezuelano".

O episcopado também rejeita "a desqualificação e o trato que dá a pessoas e instituições por oferecer opiniões divergentes em matéria sócio-política, lesando assim um direito humano fundamental, e sustentamos que toda pessoa e instituição tem o direito de opinar conforme a suas convicções; direito que deve ser mantido e respeitado em qualquer sociedade democrática".

Em sua carta, os bispos reconhecem com o Cardeal que o país atravessa uma "hora difícil", e por isso o animam a continuar "cumprindo sua missão de anunciar as bem-aventuranças e denunciar tudo o que lese a fraternidade, a convivência, a liberdade, a justiça e a paz".

Os participantes do Concílio Plenário Venezuelano também ressaltam as virtudes humanas e cristãs do Cardeal Castillo Lara, que o levaram a ocupar "muito altos responsabilidades na Igreja Universal".

Segundo o Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Baltazar Porras, a maneira como o Executivo respondeu ao Cardeal Castillo Lara, "faz-nos ver a indefesa de qualquer cidadão frente a instituições como o Ministério Público, o que não faz nenhum bem nem ao governo nem à sociedade venezuelana"; porque "há uma assimetria da aplicação da lei para quem está próximos dos interesses do governo e quem não".

Dom Porras indicou que as recentes declarações do Cardeal foram "um apoio ao dito pela mesma Conferência Episcopal em seu último documento, no qual se reivindicam alguns avanços do governo mas criticam outros desacertos".