O Papa Francisco nomeou "Camerlengo da Santa Igreja Romana" o Cardeal Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, segundo informou a Sala de Imprensa da Santa Sé nesta quinta-feira, 14 de fevereiro.

O Cardeal Farrell sucede o Cardeal Jean-Louis Tauran, falecido em 5 de julho de 2018.

O Camerlengo é o purpurado que preside a Câmara Apostólica e desempenha o ofício de salvaguardar e administrar os bens e direitos temporais da Santa Sé quando esta estiver vacante.

A Constituição Apostólica Pastor Bonus explica no artigo 171 que "é direito e dever do Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana pedir, também por meio de um seu delegado, a todas as Administrações dependentes da Santa Sé os relatórios sobre o próprio estado patrimonial e econômico, bem como as informações sobre os assuntos extraordinários que estejam eventualmente em curso, e pedir também à Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé o balanço geral da receita e da despesa do ano precedente, bem como o orçamento para o ano seguinte. Ele deve submeter esses relatórios e contas ao Colégio Cardinalício".

Além disso, a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis sobre a Sé Vacante e a eleição do Romano Pontífice descreve que o Camerlengo também "deve constatar oficialmente a morte do Pontífice, na presença do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, dos Prelados Clérigos da Câmara Apostólica e do Secretário e Chanceler da mesma, o qual lavrará o documento ou ata autêntica de morte".

Depois, o Camerlengo deve "aplicar os sigilos no escritório e no quarto do Pontífice, estabelecendo que o pessoal habitualmente residente no apartamento privado possa permanecer nele até se realizar a sepultura do Papa, quando será sigilado todo o apartamento pontifício; participar o seu falecimento ao Cardeal Vigário para a diocese de Roma, o qual, por seu turno, dará a notícia do mesmo ao Povo Romano, com uma notificação especial; e igualmente ao Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano; tomar posse do Palácio Apostólico do Vaticano e – pessoalmente ou por meio de um seu delegado – dos Palácios de Latrão e de Castel Gandolfo, e exercer a custódia e o governo dos mesmos".

Por último, o Camerlengo estabelece "tudo aquilo que diz respeito à sepultura do Pontífice, a não ser que este, enquanto vivia, tenha já manifestado a sua vontade a tal propósito; cuidar, em nome e com o consenso do Colégio dos Cardeais, de tudo aquilo que as circunstâncias aconselharem para a defesa dos direitos da Sé Apostólica e para a sua reta administração".

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