O Diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, respondeu na quinta-feira, 7, às perguntas dos jornalistas sobre a possibilidade de uma mediação Vaticana para resolver a crise na Venezuela.

"O Santo Padre sempre se reservou e, portanto, ainda se reserva a possibilidade de verificar a vontade de ambas as partes determinando se existem condições para seguir este caminho", assinala Gisotti.

No dia 5 de fevereiro, no voo de volta dos Emirados Árabes Unidos, o Papa Francisco assegurou que "para que ocorra uma mediação, é necessária a vontade de ambas as partes, ambas as partes pedindo".

Durante a coletiva de imprensa a bordo do avião papal, o Pontífice foi consultado pela imprensa sobre a carta que o presidente Nicolás Maduro havia enviado pedindo que ele ajudasse "no caminho do diálogo".

O Santo Padre ressaltou que ainda não havia lido a carta de Maduro e, portanto, deveria estudar o texto primeiro para saber o que poderia ser feito.

No entanto, ressaltou que "a condição inicial (para uma mediação) é que ambas as partes o solicitem. Estamos sempre disponíveis".

Embora ainda não se saiba se houve um pedido formal por parte da diplomacia ou do governo da Venezuela, a imprensa internacional informou que Juan Guaidó, atual presidente da Assembleia Nacional e reconhecido como presidente interino por cerca de 40 países, pediu publicamente na quarta-feira ao Papa Francisco que interceda para que Nicolás Maduro abandone o poder.

“A grande autoridade moral que o Vaticano e o Papa têm, na melhor das hipóteses, facilita o processo de garantias para alguns que hoje se recusam a ver a realidade”, disse Guaidó, que acusa Maduro de “usurpar” a presidência por ter sido reeleito com fraude de votos.

Segundo a imprensa, Guaidó também pediu a Francisco para fazer com que Maduro enxergue a necessidade de "avançar para um processo de transição ordenada que estabilize o país".

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