O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, explicou aos jovens como considera que podem mudar o mundo, às vésperas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Panamá 2019.

"Acredito que todos nós queremos mudar o mundo. Não há ninguém que não queira um mundo melhor do que o que temos, pelo menos isso é o que espero. Mas aqui se trata de ver ‘como’ mudar o mundo", disse o Cardeal em entrevista a Vatican News e publicada em L'Osservatore Romano em 20 de janeiro.

"A referência à Virgem Maria, à Mãe, a referência sobretudo ao seu ‘sim’, ao seu ‘faça-se’ à proposta do Senhor, torna-se uma indicação concreta de um método e o método consiste essencialmente nisso: escutar, ouvir profundamente a vontade de Deus, que é o que Maria fez", explicou o Cardeal Parolin.

O Cardeal se referiu ao tema da JMJ Panamá 2019, que traz as palavras da Virgem Maria diante do anúncio do Arcanjo Gabriel de que ela será a Mãe de Deus: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra".

O que cada jovem deve fazer então, continuou o Secretário de Estado, "é colocar-se à disposição dessa vontade, sabendo também que não é com força, nem com poder, nem violência ou espetáculo que o mundo muda. O mundo muda realizando dia a dia o plano de Deus na história e nos homens, que é sempre um plano, um projeto de felicidade e salvação ".

Assim, disse o Purpurado italiano, "olhar para a Virgem significa aceitar fazer o que ela fez e mudar o mundo tal como ela o mudou: porque o transformou, dando-nos Jesus".

Quando perguntado sobre os vários problemas da América Latina, região onde o Panamá está localizado, o Cardeal Parolin indicou que "hoje precisamos ter confiança e esperança: também precisamos de soluções concretas para encontrar essa capacidade de projetar, pensar em um mundo diferente, um mundo melhor onde a dignidade e os direitos de cada um são respeitados e valorizados".

"Acho que o Papa, em primeiro lugar, e como ele sempre faz em seus encontros com os jovens, irá lançar esta mensagem: 'Não desanimem, sigam em frente, saibam que podem fazer algo, que podem influenciar a história e os acontecimentos diante dos muitos males que experimentamos".

O Cardeal recordou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, na qual encorajou a "uma política que esteja a serviço da comunidade e da sociedade, preocupada com o bem comum, ou seja, o bem de todos e de cada um".

O Secretário de Estado do Vaticano também se referiu ao Sínodo dos Bispos sobre os jovens realizado em outubro em Roma, e disse que esta JMJ será vivida com a mesma alegria que o encontro mundial episcopal.

"Vivemos aqueles dias com grande entusiasmo, também ajudados pelos jovens presentes, e esse espírito será multiplicado infinitamente pelo número de participantes da JMJ no Panamá", afirmou.

O Cardeal Parolin disse que com a juventude e a Igreja há um duplo dinamismo: "A Igreja, ou várias de suas instâncias, escuta os jovens em suas aspirações, em seus ideais e, por outro lado, os jovens também são chamados a ouvir a Igreja que, por sua vez, os acompanha".

"Escuta e acompanhamento que depois se centram na proposta fundamental da Igreja, que é encontrar o Senhor Jesus para ser transformado por Ele", ressaltou.

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