A Associação ‘Enraizados’, da Espanha, defendeu a figura da rainha Isabel a Católica e observou que as declarações da líder do partido ‘Podemos’ de Andaluzia, Teresa Rodríguez, "não buscam a verdade histórica, mas uma interpretação ideológica da mesma".

Na última quarta-feira, Teresa Rodríguez afirmou no Parlamento da Andaluzia que os monarcas católicos "inauguraram uma perseguição ao povo cigano, inventor do flamenco".

Rodríguez também assegurou que "o Dia da Conquista de Granada inaugurou o fim de um Renascimento andaluz que foi um esplendor de ciências, artes, culturas; e que inaugurou, recuperou e voltou a instalar a Idade Média mais escura na Andaluzia".

A Conquista de Granada foi em 2 de janeiro de 1492, quando o reino nasrida de Granada, último reino muçulmano da península Ibérica se rendeu e passou a fazer parte da Coroa de Aragão.

A Conquista de Granada pôs fim a 10 anos de guerra e terminou com a chamada "Capitulação de Granada do Rei Boabdil". Desta forma, o reino nasrida de Granada se tornou parte da Coroa de Castela que já abrangia toda a península Ibérica.

Diante disso, Enraizados, uma voz católica na vida pública, enviou na última quinta-feira para Rodríguez o livro "Isabel la Cruzada" (W. T. Walsh) para que não continue difundindo a "lenda negra em torno da figura de Isabel a Católica".

Com suas declarações sobre os Reis Católicos, Rodríguez mostrou "que não sabe muito sobre Isabel a Católica, uma das personagens femininas mais importantes da história da Espanha e da história universal", disse José Castro Velarde, presidente de Enraizados.

Velarde também assegurou que "a lenda negra em torno da figura de Isabel a Católica continua se difundindo com declarações como as de Teresa Rodríguez, que não buscam a verdade histórica, mas uma interpretação ideológica dela".

Por isso, Enraizados destaca que durante o reinado de Isabel a Católica, chegou-se à América, desenvolvendo conhecimentos de cartografia e navegação até então desconhecidos, com isso, os "argumentos de Teresa Rodríguez se desfazem por si mesmos".

Velarde também assegurou que "Isabel a Católica foi a primeira a conceder direitos aos índios, que eram considerados cidadãos da Espanha em igualdade de condições com os moradores da península. De acordo com o decreto de 1500, nenhum índio poderia ser escravizado. Determinou que os índios continuassem sendo os donos das terras que lhes pertenciam antes da chegada dos espanhóis".

Nesse sentido, a Associação Enraizados ressaltou que Isabel a Católica é um "modelo de mulher, mãe e política. Isabel estabelece que não há diferença na capacidade de governo entre homem e mulher, assim educa suas filhas e assim procede com si mesma. Além disso, ela conseguiu fazer com que as mulheres também embarcassem para o Novo Mundo".

"Acreditamos que, com boa vontade, Teresa Rodríguez pode mudar de ideia sobre Isabel a Católica. E para informá-la nós lhe enviamos o livro ‘Isabel la Cruzada’. Certamente poderá aprender com a rainha Isabel, que era, como ela, mulher, mãe e política", conclui o presidente de Enraizados.

Processo de beatificação

Isabel a Católica está em processo de beatificação. Em outubro do ano passado, a Diocese de Valladolid sediou o Simpósio Internacional "Isabel a Católica e a evangelização da América", organizado em colaboração com a Arquidiocese de Granada na tentativa de relançar a causa, destacando seu grande testemunho de santidade.

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