O Arcebispo de Newark, Cardeal William Joseph Tobin, lamentou as palavras usadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para se referir aos imigrantes e lembrou que eles são irmãos e irmãs, pessoas de carne e osso com suas próprias histórias.

"Eu escutei com profunda decepção as palavras desumanas usadas para descrever nossos irmãos imigrantes. Estes homens, mulheres e crianças não são números nem estatísticas criminosas, mas pessoas de carne e osso com suas próprias histórias", disse o Cardeal em uma declaração de 9 de janeiro.

"A maioria foge da miséria e da violência brutal que os ameaça. As caricaturas falsas buscam provocar uma espécie de amnésia que faria com que esta grande nação negue suas raízes de imigrantes e refugiados", disse o Purpurado.

Em 8 de janeiro, Trump disse que 90% da heroína que ingressa nos Estados Unidos entra pela fronteira com o México. “Mais americanos morrerão pelas drogas neste ano nos EUA do que durante toda a Guerra do Vietnã”, disse o mandatário.

Trump também se referiu aos perigos do caminho da América Central até os Estados Unidos e indicou que as crianças são usadas como “peões” pelos “coiotes viciosos e bandos sem regras”.

No último domingo, 13 de janeiro, Trump novamente atacou os imigrantes nos Estados Unidos e disse em sua conta no Twitter que "o dano causado ao nosso país pela fronteira quebrada: drogas, crime e tudo que é ruim, é muito pior do que o fechamento (do governo), que os democratas podem consertar assim que retornarem a Washington ".

"A construção do muro na fronteira sul vai reduzir a taxa de criminalidade em todo o país", acrescentou.

Em sua declaração do dia 9, o Cardeal Tobin lembrou que o Papa Francisco pediu para não considerar os outros como uma ameaça e disse que "aqueles que chegam às nossas fronteiras buscando refúgio ou fugindo da pobreza esmagadora não são peões de um debate político, pelo contrário, são os estrangeiros e forasteiros que as Escrituras constantemente nos pedem para receber".

O Arcebispo finalmente pediu aos líderes legislativos que "se unam para o bem comum e resolvam suas diferenças. Vidas, literalmente, dependem deles".

Fechamento do governo

Um “fechamento do governo” acontece quando os escritórios considerados não essenciais fecham porque não se aprovou o orçamento federal para o próximo ano fiscal.

O orçamento deve ser aprovado pelo Congresso e requer o acordo entre republicanos e democratas.

Os funcionários que trabalham nos escritórios que devem fechar não recebem pagamento porque se considera que durante esse período estão com uma permissão especial.

O fechamento de governo começou em 21 de dezembro de 2018. A principal razão que levou a essa situação é o desacordo que existe entre ambos os partidos sobre os cinco milhões de dólares que Trump solicita para construir o muro na fronteira com o México.

O fechamento afeta centenas de milhares de funcionários públicos.

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