O presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, renovou seu compromisso de restaurar igrejas destruídas por ataques de extremistas islâmicos, especialmente da Irmandade Muçulmana, e iniciou um processo a fim de facilitar o registro legal das instalações cristãs que durante vários anos funcionaram como lugares de culto.

Isto acontece por ocasião da recente inauguração do "Plano nacional de moradia social", aprovado com a promulgação de uma lei em 30 de agosto de 2016, que permitirá autorizações para a construção de novas igrejas católicas e coptas.

Do mesmo modo, a lei de 2016 proíbe o fechamento de uma igreja onde anteriormente se realizava a adoração.

Antes da legislação atual, a dificuldade era maior para o governo reconhecer um templo como tal. As autoridades locais podiam adiar ou negar os procedimentos para obter licenças, muitas vezes para tentar apaziguar as reivindicações dos grupos fundamentalistas muçulmanos do local.

A lei também estabeleceu em janeiro de 2017 um comitê ministerial encarregado de revisar os pedidos das igrejas para o seu registro oficial. Foram apresentados mais de 3.700 pedidos, dos quais, até o momento, só foram aprovados 508.

De acordo com a agência vaticana Fides, as igrejas no Egito “tiveram que iniciar projetos de reestruturação e modernização para eliminar as consequências das agressões” de grupos muçulmanos, “que atingem locais sagrados desde agosto de 2013”.

“No total, foram 90 ataques em todo o país, principalmente em Minya, mas também nas regiões de Asyut, Fayoum, Giza, Suez, Sohag, Luxor e Beni Suef. A restauração e adaptação dos edifícios às referências normativas começaram com as igrejas de Minya atingidas por atos de vandalismo, e se espalhou às instalações sociais, hospitalares e educacionais de Suez, Beni Suef e Gizé”, indicou a agência em 17 dezembro.

O Papa Copto Ortodoxo Tawadros II afirmou recentemente que o governo atual “promove a cura de lesões profundas, o tratamento necessário para a estabilidade da sociedade e defende os valores de uma autêntica cidadania”.

A agência Fides informou que, “de acordo com pastor Michael Anton, vice-presidente do Comitê para a Regularização das Igrejas, 500 edificações religiosas foram ocupadas por manifestantes nos últimos dois anos”.

O comitê ministerial atualmente está analisando 2.500 registros de terras da Igreja Ortodoxa Copta, onde durante anos acontecem “ritos religiosos sem a devida autorização”, mas que agora busca "regularizar a sua situação".

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