Milhares de pessoas se reuniram no centro de Pamplona (Espanha) no sábado para exigir a retirada do plano educacional "Skolae", que pretende "crescer na igualdade" e através do qual promovem a ideologia de gênero.

A Plataforma cidadã ‘Libertad para Enseñar’ (Liberdade para Ensinar) convocou esta manifestação e, segundo suas declarações, participaram cerca de cinco mil pessoas, embora a delegação do governo em Navarra assegure que foram apenas 1500 pessoas.

As famílias reunidas manifestaram que não estão de acordo com a "ideologia que pretende impor" este programa educacional que, segundo afirmaram, é "ilegal, injusto e imposto".

Atualmente, o programa Skolae de coeducação e afetividade sexual já está implantado em aproximadamente 100 escolas públicas e em algum colégio concertado (centros de natureza privada, mas subvencionados pelo governo), segundo informa Europa Press.

Segundo os promotores de Skolae, o objetivo é "a prevenção das violências contra as mulheres e as meninas, a visibilidade das mulheres e suas contribuições, o respeito das identidades, das culturas, das sexualidades e sua diversidade, a participação social e o compromisso compartilhado de tornar realidade a igualdade".

Uma parte do programa educacional inclui a descoberta da sexualidade em crianças de zero a seis anos através "da vivência da sexualidade na escola e na família (curiosidade sexual, jogos eróticos infantis)".

Por isso, milhares de pessoas presentes pediram a liberdade de educar segundo as suas crenças e valores, assim como a liberdade acadêmica e o respeito pela autonomia dos centos para usar os materiais que considerem adequados em cada colégio para ensinar este programa.

Os manifestantes colocaram 12 lápides no centro da esplanada onde estava escrito: "Aqui jaz a liberdade de ensino" ou "aqui morre o senso comum substituído pela imposição do pensamento único".

A plataforma ‘Libertad para Enseñar’ assinalou que estão "insubmissos ao programa" e declararam que pretendem comunicar “a todos os centros educativos” o pedido de que “antes de ensinar qualquer conteúdo na matéria afetiva-sexual ou relacionada com a Skolae, mostrem às famílias os conteúdos e os materiais e, se não estiverem de acordo com eles, os nossos filhos não terão acesso a esta formação".

Segundo informações de ‘Europa Press’, a plataforma sublinhou: "Queremos que nos mostrem os materiais e os registros editados, que nos digam quem são os autores, que nos expliquem o conteúdo e, em seguida, se percebemos que atacam as nossas convicções, interferimos".

Os representantes da plataforma asseguraram que não fazem parte de nenhum partido político, mas que são apenas famílias que, "com absoluta liberdade, queremos escolher a educação que queremos para os nossos filhos e que exigimos ao Departamento de Educação, que respeite este direito que está na Constituição".

"Em Navarra, há vários anos estão educando em coeducação, entretanto, agora o governo de Barcos [Uxue Barcos, presidente do governo de Navarra e membro do Nafarroa Bai, partido de coalizão entre diferentes partidos nacionalistas bascos] promove o uso de alguns materiais cujo conteúdo pretende impor a ideologia de gênero e o pensamento único como verdade absoluta", asseguraram durante a manifestação.

Além disso, destacaram que o programa Skolae é "ilegal, porque viola as leis orgânicas de educação e a norma própria deste governo de Navarra". Também asseguraram que é "ilegítimo, porque pretende tirar das famílias os seus próprios direitos".

"A educação é um direito das famílias, ainda mais a educação afetivo-sexual, e não é um direito deste governo nem de outro", que "não tem legitimidade para usurpar os papéis e as responsabilidades das famílias", insistiram durante a manifestação.

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