As duas ativistas de Femen que se acorrentaram no altar principal da Catedral de Almudena, em Madri, em junho de 2014, foram absolvidas em primeira instância, pois o juiz não considera que haja delito porque não houve "contato físico com o crucifixo do altar" e quando invadiram "não se realizava nenhum ato de culto”.

O Tribunal Criminal número 23 de Madri (Espanha) absolveu as duas ativistas de Femen que entraram na catedral de Almudena em 13 de junho de 2014 e se acorrentaram ao crucifixo do altar principal.

O juiz considera que não há crime de ódio nem contra os sentimentos religiosos dos quais foram acusadas ​​pela Associação ‘Abogados Cristianos’, porque "não houve nenhum contato físico com o crucifixo do altar da Catedral de Almudena e que, quando ocorreu isso, não estava sendo realizado nenhum ato de culto, por isso não houve interrupção e também não houve nenhum dano material pelo qual o templo pudesse ser considerado violado".

A sentença "também não considera que houve uma profanação que afetasse o direito fundamental à liberdade religiosa dos católicos em qualquer das suas formas, nem escárnio nem zombaria dos dogmas da religião católica, mas uma posição pública ante a modificação que naquele momento foi apresentada na sociedade sobre o aborto, que é encarna diretamente na liberdade de expressão”.

"Isso é claramente o que as acusadas fizeram, defender uma ideia, a do direito ao aborto", afirma a sentença.

Entretanto, por não ser uma sentença final, pode ser recorrida em apelação diante da Audiência provincial de Madri em um prazo de dez dias, algo que ‘Abogados Cristianos já fez.

A presidente de ‘Abogados Cristinaos’, Polonia Castellanos, assinalou que "se forem absolvidas, fica demonstrado que qualquer ato de profanação sempre será impune".

Além disso, Castellanos sublinhou que "as normas duplas que estão sendo aplicadas em algumas instâncias leva ao absurdo de condenar alguém a pagar 70 mil euros por um poema discutivelmente ofensivo, enquanto um assalto à igreja principal de Madri gritando 'Altar para Abortar' fica impune como liberdade de expressão ", por isso sublinhou também que estão dispostos a levar “até Estrasburgo se for necessário”.

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