Em plena crise demográfica, em 2017 a Espanha financiou com 34 milhões de euros mais de 390 mil abortos, enquanto destinou apenas 3 milhões e meio para ajudar as mulheres grávidas em situações vulneráveis.

Segundo o "Mapa da Maternidade 2017", elaborado pela Fundação ‘Red Madre’, a ajuda média por gestante corresponderia a 7,61 euros.

Os dados fornecidos pela Fundação ‘Red Madre’ assinalam que na Espanha, com uma população de 46 milhões e 700 mil habitantes, em 2017 foram registrados cerca de 390 mil nascimentos e mais de 91 mil abortos. De cada 100 gestações, 19 praticaram o aborto.

As ajudas totais por nascimento, sem contar com as ajudas recebidas durante a gravidez, foram de 32 milhões e 700 mil euros, o que supõe uma ajuda média de 84 euros por gravidez.

Na apresentação destes dados, o presidente da Fundação ‘Red Madre’, Antonio Torres, assinalou que "este cenário deixou as mulheres grávidas desamparadas, o que é uma falta de responsabilidade, contrária aos princípios do Estado social de direito e despreza a vida como digna de ser protegida".

Além disso, a diretora geral da Fundação, Amaya Azcona, explicou que "9 de cada 10 mulheres que nos pedem ajuda seguem em frente com a gravidez. Descobrimos que uma mulher que recebe o apoio que necessita escolhe ter o seu filho".

Por isso, "se as Administrações Públicas financiassem políticas de apoio às mulheres grávidas, isso acabaria com o abandono dramático destas mulheres e ajudaria a promover a valorização da maternidade".

Se os dados são divididos por regiões, os que dão mais ajuda às mulheres grávidas são a Galiza, com quase dois milhões de euros; Madri, com 400 mil euros; e o País Basco, com 350 mil euros. Essas três regiões concentram 72,51% da ajuda às gestantes.

No outro extremo, existem oito regiões que não dedicam nenhuma ajuda. Entre eles estão: Aragón, Astúrias, Cantábria, Catalunha, Ceuta, Ilhas Canárias, Múrcia e Navarra.

O relatório adverte que as duas regiões com maior número de abortos, Astúrias e Ilhas Canárias, eliminaram todo tipo de ajuda às mulheres grávidas.

Finalmente, o relatório compara os dados da Espanha com os da Alemanha, país onde nascem aproximadamente o mesmo número de crianças em cada mil habitantes. Neste país, oferecem uma ajuda de maternidade de 735 euros a cada mulher grávida, além de uma ajuda com caráter universal de 194 euros mensais por cada filho.

Por sua parte, na Espanha são destinados 24,5 euros por cada filho apenas para as mães com um salário inferior a 11.574 euros e uma média de 7,6 euros por ano para mulheres grávidas.

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