O Bispo de Brownsville, no estado do Texas (Estados Unidos), Dom Daniel E. Flores, rejeitou a proposta das autoridades federais de querer construir uma parte do muro na fronteira com o México utilizando duas propriedades da diocese.

Em um comunicado em 29 de outubro, a Diocese de Brownsville disse que Dom Flores "participou de várias conversas cordiais com funcionários federais referindo-se aos pedidos de direito de entrada e inspeção de um terreno de duas propriedades da diocese, no condado de Hidalgo".

As propriedades são a ‘Juan Diego Academy’ e ‘La Lomita Mission’, nas quais o governo planeja construir uma parte do muro.

"Embora o Prelado respeite bastante as responsabilidades dos homens e mulheres envolvidos na segurança das fronteiras, em sua opinião, as propriedades da Igreja não devem ser usadas com o objetivo de construir um muro de fronteira", assinala o comunicado.

"Tal estrutura limitaria a liberdade da Igreja de exercer a sua missão no Vale do Rio Grande e, de fato, seria um sinal contrário à missão da Igreja", acrescenta.

Portanto e em princípio, "o Bispo não permite usar as propriedades da Igreja para construir um muro de fronteira".

Entretanto, continua a declaração, o Prelado compreende que "o governo federal recorre aos tribunais para ter direitos de inspeção".

Segundo assinala um meio local, o governo notificou a diocese sobre alguns documentos apresentados ante um tribunal para tentar ter acesso às duas propriedades da Igreja mencionadas.

"A Diocese de Brownsville recebeu um comunicado oficial informando que os documentos foram apresentados no tribunal federal em McAllen solicitando o direito de entrada nas propriedades da diocese. Por isso, a apresentação perante o tribunal não foi inesperada", concluiu o comunicado.

O muro da fronteira entre os Estados Unidos e o México já existe. Começou a ser construído em 1994, durante o governo do presidente Bill Clinton.

Entretanto, em 25 de janeiro de 2017, o atual presidente, Donald Trump, assinou a ordem executiva intitulada “Segurança Fronteiriça e Melhorias ao Controle de Imigração”.

Entre outras disposições, o documento determina “a imediata construção de um muro na fronteira sul, monitorado e promovido por uma equipe adequada a fim de prevenir a imigração ilegal, o tráfico de drogas e de pessoas e atos de terrorismo”.

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