Dom Guo Jincai e Dom yang Xiaoting, os dois bispos da China que estão pela primeira vez no Vaticano e participam do Sínodo, disseram que convidaram o Papa Francisco para que visite o país asiático.

“Nesses dias, convidamos o Papa Francisco a vir à China. Nós o esperamos. O momento o Senhor sabe, mas rezamos por isso. Rezamos o Terço para que aconteça logo, porque acontecerá, assim como nosso presença aqui, que de impossível passou para possível”, disso Dom Guo Jincai, Bispo de Chengde, em diálogo com o jornal italiano ‘Avvenire’.

Dom Guo Jincai estudou no Seminário de Hebei e foi ordenado sacerdote em 1992. Em 20 de novembro de 2010 e sem contar com o mandato pontifício, foi consagrado Bispo de Chengde. É um dos sete prelados aos quais o Papa levantou a excomunhão após a assinatura do Acordo Provisório entre o Vaticano e o governo chinês para as nomeações episcopais.

A assinatura foi anunciada em 22 de setembro.

O Prelado disse que participar do Sínodo “foi uma experiência de graça” e ressaltou que, “embora as culturas e as línguas sejam diferentes, somos uma coisa só e somos testemunho de uma Igreja unidade na diversidade”.

Sobre a emoção do Papa na Missa de abertura do Sínodo pela presença dos bispos chineses, o Prelado disse que, “naquele instante, vi passar diante de mim mais de 70 anos que sofremos, que esperamos muito, e finalmente chegou a graça de estar em plena comunhão com o Sucessor de São Pedro. Vivemos a alegria de participar do Sínodo da Igreja”.

Dom Guo Jincai disse que ambas conversaram com o Papa “com familiaridade de filhos com seu pai. Ele nos disse que nos ama, que ama nosso país e sempre reza muito pelos cristãos na China. Nós lhe dissemos que a Igreja na China reza por ele”.

O Bispo de Ya’na, Dom Yang Xiaoting, é o outro prelado chinês participantes do Sínodo.

Dom Yang Xiaoting se dedica a formar sacerdotes no seminário de sua diocese desde 2002.

Do mesmo modo, em entrevista concedida a Vatican News, o Bispo explicou que “para a formação e o discernimento, penso que os problemas encontrados são semelhantes aos de outros países do mundo”.

“Para o discernimento das vocações, trabalhamos na formação, no catecismo, na importância do conceito de vocação, que não é somente para os consagrados, mas também para os leigos. No discernimento, começamos de um trabalho pastoral, para que os jovens possam olhar para sua própria vocação sob diferentes pontos de vista”, relatou.

Nas dioceses maiores prosseguiu o Bispo, “há o Comitê para as Vocações e a Pastoral Juvenil, que oferecem acompanhamento em diversos aspectos da vida”. “São projetos iniciados há mais de dez anos no interior da Igreja na China”, acrescentou.

Dom Yang Xiaoting dirigiu, em seguida, uma mensagem aos jovens da China: “A Igreja precisa de jovens, a Igreja ama os jovens e, acima de tudo, vê que os jovens são o futuro da Igreja. O Senhor ama os jovens, a Igreja ama os jovens, nós, bispos, amamos os jovens”, disse.

A presença dos bispos chineses no Sínodo foi possível após o Acordo Provisório assinado entre China e Vaticano, em 22 de setembro, sobre as nomeações episcopais no país asiático.

Alguns expressaram sua oposição ao acordo, como o Bispo Emérito de Hong Kong, o Cardeal Joseph Zen Ze kiun, que em janeiro deste ano disse que “o Vaticano está vendendo a Igreja Católica na China”.

No voo de regresso de sua viagem à Lituânia, Letônia e Estônia no final de setembro, o Papa Francisco disse aos jornalistas: “Eu sou o responsável” pelo acordo; e explicou alguns detalhes das negociações.

Sobre os bispos que não estavam em comunhão com a Igreja até antes do acordo, Francisco disse que “foram estudados caso por caso. Para cada bispo fizeram um expediente e estes expedientes chegaram à minha escrivaninha. E eu fui o responsável por assinar cada caso dos bispos”.

Sobre os católicos que sempre foram fiéis a Roma, o Santo Padre os chamou de “resistência” e disse que “é certo, e eles sofrerão. Sempre, em um acordo, há sofrimento, mas eles têm uma grande fé”.

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Sobre o acordo, Francisco indicou que “a coisa se faz em diálogo, mas, quem nomeia é Roma, quem nomeia é o Papa. Isto é claro. E rezamos pelos sofrimentos de alguns que não entendem ou que têm em suas costas muitos anos de clandestinidade”.

No dia 26 de setembro, o Pontífice dirigiu uma mensagem aos católicos da China e à Igreja universal na qual solicitou “gestos concretos e visíveis” aos bispos aos quais levantou a excomunhão.

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