O Arcebispo de Barcelona (Espanha), Cardeal Juan José Omella, manifestou seu pesar pela morte, no último dia 6 de outubro, da soprano espanhola Monteserrat Caballé, que em diversas entrevistas manifestou sua fé católica e sua defesa da vida.

Montserrat Caballé era uma das figuras mais importantes do canto lírico em nível internacional e era considerada uma das melhores sopranos do mundo. Além disso, era abertamente católica, pró-vida e devota da Virgem de Montserrat, padroeira de Barcelona.

No último dia 6 de outubro, faleceu aos 85 anos e seu funeral foi celebrado em 8 de outubro. O Cardeal Juan José Omella, Arcebispo de Barcelona, e o Cardeal Lluis Martínez Sistach, Arcebispo Emérito, lamentaram a perda da soprano e recordaram sua participação no Átrio dos Gentios, celebrado na Basílica da Sagrada Família, em maio de 2012.

Montserrat Caballé era uma firme defensora da vida, por isso, em 2009, se uniu à assinatura do Manifesto Mulheres contra o aborto, no qual se afirmava que essa prática é “ética e legalmente inaceitável”, pois “se aniquila um ser humano indefeso” e significa “uma violência infligida à dignidade da mulher”.

Também foi premiada com vários reconhecimentos, entre os quais o Prêmio Bravo de Música em 2013, entregue pela Conferência Episcopal Espanhola “por seu serviço à dignidade do homem, aos direitos humanos e aos valores evangélicos”.

Em uma entrevista concedida ao semanário ‘Alfa y Omega’ em 2013 pela entrega deste prêmio, Montserrat Caballé assegurou que tentava viver esses valores evangélicos “com o amor e a força que me dá a fé em Deus e, portanto, a fé para com todo ser humano”.

Embora viver a fé no mundo do espetáculo nem sempre seja simples, a soprano assegurava que “a fé é levada dentro de si”, por isso, “não é difícil mantê-la diante de qualquer situação ou adversidade”.

Nessa entrevista, Caballé assegurou que sua “relação pessoal com Cristo” era “muito íntima” e que a peça que a fazia se sentir mais perto de Deus era “o oratório La Vierge, de Jules Massenet”.

Em diversas entrevistas, a soprano garantiu ter “a sorte de ter uma fé muito grande, porque meus pais a tinham e assim me transmitiram”.

“Em uma das minhas viagens, entrei para rezar em uma igreja ortodoxa. Rezava, mas ao mesmo tempo sentia como se tivesse que pedir desculpas à Mãe de Deus, porque não era um templo católico. Pela primeira vez, ouvi uma voz que dizia: “todas são minha casa”. Fiquei petrificada, fiquei pálida... as pessoas que me acompanhavam me viram. Foi uma experiência muito grande”, contou Caballé em uma entrevista de 2012 a ‘Catalunya Cristiana’.

Então, também sublinhou que tanto a arte como a beleza são “um caminho privilegiado para seguir junto de Deus”.

“Deve levar Deus dentro de si e senti-lo. É preciso ser fiel, colocar-se a serviço da Beleza e sentir a Transcendência a que o leva. É como desligar-se de si mesmo e andar por um caminho que não vê, mas que sente. É como voar para uma dimensão que não é a sua, para qual é levado. É como se estivesse em outro nível. E, de repente, quando desce a cortina, é como se despertasse”, esclareceu a soprano.

Caballé sublinhou em diversas ocasiões a necessidade do diálogo e respeito, especialmente diante dos sentimentos religiosos. “Ninguém tem direito a ridicularizar as pessoas que temos fé”, declarou a soprano e ressaltou que “os não crentes devem entender que os crentes levamos a fé em nosso interior e que não têm nenhum direito de ridicularizá-la, como fazem muitas vezes”.

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