O ministro da Saúde da Irlanda, Simon Harris, afirmou que pretende que as mulheres tenham acesso ao aborto gratuitamente, depois do referendo de maio deste ano que revogou a oitava emenda constitucional que defendia mães e nascituros.

Harris disse que não gostaria que "o custo fosse uma barreira" para que as mulheres tenham acesso ao aborto. Em 18 de setembro, o presidente da Irlanda, Michael Higgins, assinou o rechaço da oitava emenda constitucional.

Depois desta assinatura, esperam a proposta de uma lei para regular o aborto. Isso poderia ocorrer na primeira semana de outubro e entrar em vigor no próximo ano.

Segundo alguns projetos anteriores, a lei do aborto permitiria esta prática até 12ª semana de gestação.           

Alguns médicos manifestaram sua preocupação pela rápida mudança de direção neste tema e pela segurança das mulheres.

Dr. Peter Boylan, chefe do Instituto de Obstetras e Ginecologistas, e Dr. John O'Brien, chefe do Colégio Irlandês de Médicos Gerais, assinalaram que as conversas com o Departamento de Saúde sobre o aborto foram atrasadas.

Na Irlanda, de acordo com pesquisas recentes, 70% dos médicos não estão dispostos a praticar um aborto.

Por sua vez, Dra. Mary Favier, vice-presidente do Colégio Irlandês de Clínicos Gerais, disse em 18 de setembro que "há preocupações sobre a capacidade e os temas de recursos como os funcionários, as instalações e a formação".

Segundo informações do jornal ‘Irish News’, a doutora disse que existe uma "preocupação pela possível falta de apoio adequado dos especialistas, pela possibilidade de complicações médicas para os pacientes, e qual será a reação pública diante daquelas pessoas que quiserem praticar abortos e diante das que não quiserem".

Os médicos, continuou, "têm medo de processos judiciais, querem que o direito à objeção de consciência seja reconhecido e querem acomodar isso ao espaço clínico".

Segundo o primeiro ministro Leo Varadker, os hospitais católicos não poderão ter acesso à objeção de consciência no tema do aborto, embora cada médico poderia fazê-lo.

No referendo realizado em maio deste ano, apenas um condado, Donegal, votou para manter a oitava emenda que defendia a mãe e o nascituro.

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