Na coletiva de imprensa a bordo do avião papal, o Papa Francisco reiterou sua condenação aos abusos sexuais cometidos por membros do clero e assinalou “sobre isso não se negocia”.

“Nos últimos tempos, recebi muitas, mas muitas condenações da Congregação para a Doutrina da Fé e disse: 'vá em frente, vá em frente'. Nunca assinei, depois de uma condenação, um pedido de graça. Sobre isso não se negocia, não existe nenhuma negociação”, afirmou o Pontífice em 25 de setembro, depois de concluir sua visita aos países bálticos.

Durante o seu discurso, também recordou o encontro ecumênico com os jovens na igreja luterana em Tallinn (Estônia), e assegurou que os entende quando se “escandalizam” pela "hipocrisia" e pelos diferentes "atos de corrupção" dentro da Igreja, especialmente quando se trata de abusos sexuais.

“Entendo que os jovens se escandalizem com esta corrupção tão grande. Sabem que ela está em todo lugar, mas na Igreja é mais escandaloso porque na Igreja se deve levar as crianças a Deus e não destruí-las”.

“Todos sabemos e conhecemos as estatísticas, eu não as direi, mas ainda que houvesse um só sacerdote que abusa de um menino ou uma menina, isto é monstruoso porque esse homem foi eleito por Deus para levar a criança ao Céu”, advertiu o Santo Padre.

O Papa reconheceu que os jovens “buscam traçar seu caminho em base à experiência” e “pedem ser escutados”. “Não querem fórmulas fixas. Não querem um acompanhamento diretivista”, assinalou.

Em outro momento, mencionou os abusos sexuais cometidos por sacerdotes na Pensilvânia (Estados Unidos) e assegurou que a Igreja também trabalhou para neutralizar essa corrupção.

“Vemos que nos primeiros 70 anos houve muitos sacerdotes que caíram nesta corrupção. Logo em um tempo mais recente diminuiu, porque a Igreja se deu conta de que devia lutar de outro modo”, indicou.

Entre os dias 22 e 25 de setembro, o Papa Francisco realizou uma viagem apostólica à Lituânia, Letônia e Estônia, onde, entre outras coisas, homenageou os mártires do nazismo e da perseguição comunista.

Estes três países bálticos pertenceram à antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas de 1940 a 1991.

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