Em sua homilia durante a Missa celebrada na Praça da Liberdade em Tallin (Estônia), o Papa Francisco pediu aos fiéis “vencer o medo e deixar os espaços blindados, porque hoje a maioria dos estonianos não se reconhece como crentes”.

Segundo o relatório de Liberdade Religiosa de 2016 publicado pela Ajuda à Igreja que Sofre, Estônia tem 1.325.000 habitantes, e apenas 1,2% são católicos e 54% não professam nenhuma religião.

Temos de vencer o medo e deixar os espaços blindados, porque hoje a maioria dos estonianos não se reconhece como crentes. Sair como sacerdotes: somo-lo pelo Batismo. Sair para promover a relação com Deus, facilitá-la, favorecer um encontro amoroso com Aquele que não cessa de bradar: ‘Vinde a Mim’”, disse o Santo Padre em sua homilia.

Nesse sentido, disse que a necessidade de “crescer em um olhar de proximidade para contemplar, comover-nos e deter-nos à vista do outro, sempre que for necessário”, assim como “dar testemunho de ser um povo santo”.

“Hoje, escolhamos ser santos, sarando as margens e as periferias da nossa sociedade, onde o nosso irmão jaz e sofre a sua exclusão”, disse.

Em outro momento da sua homilia, lamentou: “Alguns se consideram livres, quando vivem sem Deus ou separados d’Ele” e “não se dão conta de que, assim, percorrem esta vida como órfãos, sem um lar para onde voltar”.

Nesse sentido, recordou ao povo da Estônia que “não conquistastes a vossa liberdade para acabar escravos do consumo, do individualismo ou da sede de poder e domínio”.

“Deus conhece as nossas necessidades, as mesmas que muitas vezes escondemos por detrás do desejo de possuir; e também as nossas inseguranças, superadas por meio do poder. A sede que habita em todo o coração humano, Jesus encoraja-nos – no Evangelho que escutamos – a superá-la no encontro com Ele. É Ele que nos pode saciar, cumular-nos com a plenitude própria da fecundidade da sua água, da sua pureza, da sua força arrebatadora”, recordou o Pontífice.

Por outro lado, o Santo Padre recordou que “quando dizemos que somos cristãos, quando abraçamos um estilo de vida, fazemo-lo sem pressões, sem que isso seja uma troca na qual nós fazemos algo se Deus nos fizer qualquer coisa”.

“Mas sobretudo sabemos que a proposta de Deus não nos tira nada; pelo contrário, leva à plenitude, potencializa todas as aspirações do homem”, acrescentou.

Finalmente, exortou ao povo da Estônia que peça a Jesus que “desperte os nossos corações e nos conceda o dom do Espírito para discernirmos, em cada momento da história, o modo como ser livres, como abraçar o bem e sentir-se eleitos, como deixar que Deus faça crescer, aqui na Estónia e no mundo inteiro, a sua nação santa, o seu povo sacerdotal”.

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