A Conferência Episcopal Equatoriana expressou a sua fidelidade ao Papa Francisco "ante as acusações intrigantes" das últimas semanas.

Em uma carta divulgada em 10 de setembro, os bispos equatorianos asseguraram ao Santo Padre seu "firme compromisso de rezar por ele, ao Senhor da história e de trabalhar para que

desapareçam todos os tipos de abusos perpetrados especialmente pelos membros da nossa Igreja".

No final de agosto foi divulgado um "testemunho" do ex-núncio dos Estados Unidos, Dom Carlos Maria Viganò, no qual acusou vários sacerdotes, bispos e cardeais de encobrir as denúncias de abusos sexuais que pesam sobre o ex-cardeal Thedore McCarrick, Arcebispo Emérito de Washington.

Dom Viganò disse ainda que Francisco retirou as supostas sanções que seu predecessor, Bento XVI, teria imposto a McCarrick e teria o convertido em “seu conselheiro de confiança”.

Consultado no voo de regresso da Irlanda a Roma, em 26 de agosto, o Papa assegurou: “Eu não vou dizer uma palavra sobre isso. Acredito que o comunicado fala por si mesmo, e vocês têm a capacidade jornalística suficiente para chegar às conclusões”.

Os bispos equatorianos sublinharam em sua carta dirigida ao Santo Padre que “a oração, em meio das tribulações, nos devolve a serenidade e a sabedoria para julgar os acontecimentos sem minimizá-los".

“Esta é uma oração que nos leva a reconhecer as nossas fraquezas e deficiências, a confiar plenamente no Senhor e a perdoar de coração os detratores", sublinharam.

"Os abusos de poder, de consciência e os abusos sexuais de alguns pastores da nossa Igreja contra os menores de idade, nos ferem e nos dão envergonha, por isso nos unimos ao seu pedido de solidariedade e perdão às vítimas e aos seus parentes", acrescentaram.

Estes crimes, advertiram, "não podem nem devem ser impunes, mas julgados tanto pela lei canônica como pela lei civil, no contexto do respeito às pessoas e aos procedimentos legais".

"A partir desta perspectiva, nos unimos a sua decisão inabalável de tolerância zero contra estes crimes escandalosos, assim como o convite para tomar todas as medidas possíveis a fim de que os abusos de menores de idade não aconteçam na nossa igreja, nas famílias e em outras instituições".

A Conferência Episcopal Equatoriana também recordou que “nestes cinco anos de Pontificado de Sua Santidade não faltou a cruz da adversidade e do sofrimento, como agora está vivendo, nem os momentos de satisfação e grande alegria, os quais nos enchem de força e esperança para continuar anunciando a Boa Nova de Cristo, em fidelidade e comunhão com o seu Magistério".

"Aproveitamos esta ocasião propícia para manifestar novamente os nossos sentimentos de fraterna consideração e unidade na oração e na missão evangelizadora", concluíram os bispos.

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