O trabalho solidário da Igreja Católica em meio à crise política e social que vive a Venezuela se tornou "fundamental" e "pilar da vida" para a população.

Foi o que assegurou Ximena García, coordenadora de Promoção e Divulgação de Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) no México.

Em declarações à Grupo ACI / EWTN Notícias, Ximena assegurou que "a Igreja se tornou fundamental (na Venezuela), começando por algo muito importante, tornou-se um testemunho de Jesus Cristo nas ruas".

"É uma Igreja viva, que caminha, trabalhando e sofrendo junto com as pessoas", sublinhou.

"Hoje os bispos também devem carregar a seu galão (recipiente) de gasolina e ter que empurrá-lo para poder carregar. Hoje os bispos têm que ver onde conseguem a sua comida", acrescentou.

Porém, ainda mais, Ximena destacou que tanto os bispos como os sacerdotes e religiosos não fazem isso só por eles, “mas para toda a comunidade que os procura".

"Na verdade nas paróquias, os sacerdotes e os bispos se tornaram centros das comunidades. Não só para celebrar a Missa, estamos acostumados aqui a ir à Missa e depois nos esquecemos. As pessoas vão e procuraram o sacerdote para ver se tem comida, dinheiro, trabalho e algum remédio".

A inflação na Venezuela, sob o governo de Nicolás Maduro, atingiu 82.700% em julho deste ano. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, o país poderia terminar este ano com uma inflação de 1.000.000%.

A resposta de Maduro à hiperinflação foi remover recentemente 5 zeros da moeda. Há poucos dias, para comprar 2 quilos e meio de frango, seriam necessários 14,6 milhões de bolívares, que equivale a pouco mais de 2 dólares.

Estima-se que 90% dos venezuelanos vivem na pobreza.

Ximena García destacou que a situação na Venezuela é “um desafio importantíssimo” para a Igreja, pois “também não tem dinheiro, não tem nenhum recurso adicional para isso”.

Os Bispos, sacerdotes e religiosas não só precisam conseguir comida e recursos "para sobreviver, mas também para ajudar a sua comunidade".

"O trabalho da Igreja hoje realmente é pilar da vida na Venezuela e é um testemunho não só de fortaleza, mas um testemunho de muita esperança, um testemunho vivo de Jesus nas ruas".

Neste contexto, sublinhou, "a ajuda internacional está sendo fundamental".

As pessoas na Venezuela, lamentou, "se sentem de algum modo esquecidas", mas estas campanhas são "uma mensagem de esperança e  de solidariedade".

Um dos objetivos da campanha que a ACN lançou, destacou, é "rezar pelas pessoas que hoje estão sofrendo muito na Venezuela", assim como "dar informações sobre o que está acontecendo na Venezuela".

Mas a ajuda econômica para os alimentos e medicamentos também é importante.

"Estamos fazendo um canal de apoio no que a Igreja na Venezuela já está fazendo, que são as panelas comunitárias. Estão organizando essa iniciativa para refeições onde estão especialmente as crianças, na área mais afetada da sociedade".

"Às vezes, o único prato de comida que têm acesso é dado pela Igreja", indicou.

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