O Bispo de Reconquista, Dom Andrés Stanovnik, recordou aos argentinos com ocasião das festas pátrias que “a verdade fundamental que nos faz livres é reconhecer agradecidos que viemos de Deus e que não somos produto do azar, nem de uma mera evolução biológica, nem tampouco conseqüência de alguma casualidade cósmica”.

Segundo o Bispo, “esse pensamento degradado sobre o ser humano, alheio aos valores culturais e religiosos de nossa nacionalidade, vai instalando-se com inusitada agressividade entre nós. É um pensamento que despoja ao homem de sua dimensão transcendente e assim reedita mais uma vez  a ancestral soberba do ser humano, trazendo consigo sofrimento, destruição e morte”.

Do mesmo modo, citou ao Papa Bento XVI quem recentemente advertiu o “horizonte relativista” que enfrenta o mundo e no que “não é possível, portanto, uma educação verdadeira sem a luz da verdade; antes ou depois cada pessoa está condenada a duvidar da bondade de sua mesma vida e das relações que a constituem, da validez de seu compromisso para construir com outros algo em comum”.

“Está claro, portanto, que não somente devemos tentar superar o relativismo em nosso trabalho de formação das pessoas, mas sim estamos chamados a contrastar seu predomínio na sociedade e na cultura”, assinalou.

Neste sentido, Dom Stanovnik disse que “não há justificação para o aborto da perspectiva humana nem cristã. Pretender legalizar a interrupção positiva de uma gravidez é matar. Isto significa que a vida deixa de ser um valor absoluto e um direito para todos. Diante dos perigos desta triste regressão humana, a verdade cristã nos recorda que recebemos a vida não para retê-la mas sim para dá-la. Não há alternativas nisto, sobre tudo nas situações limites de nossa existência: ou a entrego para que outros tenham vida ou a retenho para que outros não a tenham”.