O Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, expressou a sua solidariedade às famílias de Lenin Mendiola e Darwin Rastran, assassinados nos últimos dias, e assinalou que "cada morto é uma dor para Nicarágua”.

Lenin Mendiola, 54 anos, morreu no sábado em Matagalpa, após a marcha para exigir a libertação dos presos políticos. Segundo algumas testemunhas, a manifestação foi atacada por paramilitares perto da prefeitura.

O outro falecido é o agricultor Darwin Rastran Polanco. De acordo com sua família, ele foi torturado e assassinado pela polícia em Mulukukú. A polícia negou esta versão.

Depois da Missa de domingo, o Purpurado assinalou que "cada nicaraguense que falece, independentemente da sua posição, é sempre uma dor para a Nicarágua, e isso é condenável".

"A minha oração e proximidade à família Mendiola em Matagalpa e, do mesmo modo, esta pessoa camponesa que (...) foi verdadeiramente crivada, é lamentável", expressou.

"Que nenhum nicaraguense mais seja assassinado", insistiu o Arcebispo, que também lamentou "pelo número de pessoas que ainda estão nas prisões", referindo-se aos presos por ter participado dos protestos contra o governo de Daniel Ortega.

"É muito triste, olhar para as idosas, esposas, crianças sob o sol, às vezes humilhadas" esperando notícias dos seus familiares que estão presos, acrescentou. "Rezemos e peçamos ao nosso bom Deus que possam ser libertados o mais rápido possível", expressou.

A respeito do diálogo nacional, reiterou que os bispos estão "fazendo todos os esforços possíveis" para que possa retomá-lo, depois que foi interrompido no último mês de junho. Para isso, estão tentando se reunir com o chanceler Denis Moncada, que representa a comissão do governo. "Espero que tenhamos as respostas positivas", assinalou.

O Cardeal Brenes manifestou o seu desejo de que logo “possamos começar a construir um país sólido e em paz" e agradeceu "a proximidade da oração de toda a Igreja peregrina na América Latina", dos bispos dos Estados Unidos, Canadá e Europa.

Confira também: