O Núncio Apostólico na Nicarágua, Dom Waldemar Stanislaw Sommertag, fez um “apelo às consciências de todos para se chegar a uma trégua”, devido à grave crise social e política que existe no país.

Em uma mensagem divulgada pela Arquidiocese de Manágua, em 17 de julho, o representante do Papa Francisco na Nicarágua disse: “Neste momento trágico, desejo expressar também em nome do Santo Padre e da Santa Sé a profunda preocupação pela grave situação que se está vivendo no país”.

“Logicamente, não é aceitável pensar que os mortos e as vítimas da violência possam resolver uma crise política e garantir um futuro de paz e prosperidade para a Nicarágua”, continuou.

Por isso, afirmou o Núncio, “chorando por todos os mortos e rezando pelas suas famílias, com todas as minhas forças humanas e espirituais, faço um apelo às consciências de todos para se chegar a uma trégua que permita um rápido retorno à mesa de diálogo nacional para buscar juntos uma solução adequada e resolver assim a crise”.

“Todos nós humildemente nos colocamos sob a proteção da Santíssima Virgem Maria, pedindo a sua ajuda para que guie sempre a nossa amada Nicarágua”, concluiu.

A mensagem do Núncio Apostólico aparece depois que Dom Silvio Jose Báez, Bispo Auxiliar de Manágua, denunciou na terça-feira um novo ataque de grupos paramilitares ligados ao regime de Daniel Ortega e pediu ao presidente que "detenha o massacre".

Através de sua conta no Twitter, Dom Báez denunciou um ataque contra um bairro localizado no sul da cidade de Masaya.

“Os tiros estão chegando à paróquia Maria Madalena, onde está refugiado o sacerdote. Que Daniel Ortega detenha o massacre! As pessoas de Monimbó rogam, salvem suas vidas!”, disse o Prelado.

De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, soma-se cerca de 300 mortos nos últimos três meses e meio da violenta repressão do governo da Nicarágua e dos grupos paramilitares contra manifestantes no país.

Recentemente, os grupos paramilitares atacaram o Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, e o Núncio Apostólico, Dom Waldemar Sonmertag.

No domingo, 15 de julho, paramilitares dispararam contra o veículo em que viajava o Bispo de Estelí, Dom Abelardo Mata, quando regressava após celebrar uma Missa.

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