No próximo mês de setembro, o Papa Francisco rezará em frente ao edifício que foi o quartel general da KGB na Lituânia, onde permaneceu preso o Beato Teofilius Matulionis, bispo e mártir do comunismo elevado aos altares há um ano.

De 22 a 25 de setembro, o Santo Padre visitará os países bálticos da Lituânia, Letônia e Estônia.

O Pontífice visitará a Lituânia nos dias 22 e 23 de setembro, realizará um momento de oração em frente ao edifício que foi o quartel general da KGB – a agência de inteligência da União Soviética – em solo lituano, e em cujo sótão foi preso o Beato Matulionis.

Rezando em frente ao edifício, o Papa fará uma homenagem não só ao Bispo Beato, mas também aos diversos mártires que foram vítimas do comunismo nas nações do chamado “território de sangue”.

Entre as nações que mais pagaram um tributo de sangue ao regime soviético, a Lituânia também foi a primeira das repúblicas soviéticas que conquistou a independência.

O Beato Matulionis é um símbolo desta terra de sangue. Nesse sentido, o Arcebispo da capital Vilnius, Dom Gintaras Grusas, afirmou que a beatificação celebrada em 25 de junho de 2017 “representa o reconhecimento internacional não só dele, mas também, através dele, da dolorosa história da Lituânia”.

Em uma das cartas que o Beato escreveu na prisão pode-se ver também o seu agradecimento a Deus por ser “tão bom de permitir que bispos e sacerdotes fossem enviados à prisão, aos trabalhos forçados, aos campos de concentração e ao exílio, porque desta maneira ‘onde estão as ovelhas, também estão os pastores’”.

O Beato Matulionis permaneceu durante 16 anos na prisão e dedicou o seu sacrifício à glória de Deus, consciente de que o ódio era a resposta menos apropriada ao mal. Sempre perdoou os seus opressores.

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“A figura do Arcebispo Matulionis é muito relevante devido à sua vocação missionária, porque nada poderia o impedir em seu trabalho missionário na Rússia, nem as ameaças ou o tratamento cruel dos bolcheviques, nem o oferecimento de uma vida mais pacífica e segura na América”, assinalou Dom Grusas.

Durante o período soviético, todos os bispos lituanos agiram deliberadamente para evitar serem instrumentos nas mãos das autoridades e, por isso, sofreram opressão. Eles não só se recusaram a colaborar, mas protestaram ativamente para defender os direitos dos crentes, escrevendo cartas de protesto e exortando os sacerdotes não deixarem de ensinar o catecismo às crianças, a não fugirem ou se esconderem, a permanecer com os fiéis e servirem sempre.

Houve muitas notas de desaprovação que o beato  dirigiu às autoridades soviéticas entre 1944 e 1946, para protestar contra o fechamento das igrejas, a prisão de sacerdotes e as perseguições dos fiéis, até que foi preso em 1946.

Em 1962, São João XXIII lhe deu o título de Arcebispo pela sua especial lealdade à Igreja e o convidou a participar do Concílio Vaticano II. Mas, naquele ano, foi envenenado com uma substância indefinida e morreu poucos dias depois.

Entre os diversos méritos do Beato Matulionis está o fato de ter iniciado a primeira adoração perpétua da Eucaristia na Lituânia.

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