O Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gomez, elogiou a ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reúne crianças que foram separadas dos pais que imigraram ilegalmente, e encorajou o Congresso a trabalhar em uma reforma migratória adequada.

Em 20 de junho, Trump assinou a ordem executiva intitulada “Dê ao Congresso uma oportunidade para lidar com a separação das famílias", que busca acabar com a prática de separar as crianças dos seus pais imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México; mantendo ao mesmo tempo a política de "tolerância zero" com a imigração ilegal.

A ordem executiva assinala que as famílias presas serão mantidas juntas, "onde for adequado e de acordo com a lei e os recursos disponíveis".

Em sua conta no Twitter, o Arcebispo de Los Angeles e vice-presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, escreveu: "Saúdo a ordem executiva do presidente que põe fim à cruel política de separação familiar. Agora o Congresso precisa agir na imigração. Com os meus irmãos (bispos) @USCCB, estamos decepcionados com os projetos que a Câmara votará amanhã (hoje)".

"Precisamos de uma lei bicameral como a USA Act que oferece um caminho claro à cidadania dos ‘dreamers’ e proteja as nossas fronteiras. Precisamos dela agora", disse Dom Gomez em um segundo tuite a respeito disso.

A ordem executiva responsabiliza a separação das famílias ao Congresso, devido o seu "fracasso para agir", assim como ordens legais que "colocaram à Administração na posição de separar as famílias estrangeiras para cumprir efetivamente a lei".

De acordo com as normas vigentes, não é permitido que as crianças permaneçam onde estão detidos os adultos na fronteira. Nesse sentido, a ordem executiva de Trump pede ao Secretário de Defesa que proporcione ao Secretário de Segurança Nacional instalações que possam funcionar como unidades familiares. Se não existem, deverão ser construídas.

O decreto de Flores de 1997 assinala o limite de tempo que as crianças sem documentos podem ser retidas pelo Governo federal, tanto quando cruzam a fronteira com seus pais como sozinhos.

A ordem executiva assinada por Trump urge o procurador geral para que este "solicite imediatamente" ante um tribunal da Califórnia que modifique esta norma. Com a mudança proposta, as famílias indocumentadas poderão ser detidas juntas enquanto durar o seu processo.

A ordem também pede ao procurador geral para que priorize qualquer caso no qual estiver envolvida uma família.

Em declarações posteriores à assinatura da ordem executiva, Trump disse: “Não me agradou a visão de famílias sendo separadas” e que “é um problema que existe há muitos anos, como sabem, por várias administrações".

Em declarações à rede de televisão ABC, o Arcebispo de Los Angeles afirmou que a situação dos migrantes detidos na fronteira "é muito triste. A família é a base da sociedade e as crianças têm o direito de estar com seus pais. É um direito natural, um direito humano".

"Eles chegaram sem qualquer culpa da sua parte, então precisamos encontrar uma maneira legal e, no futuro, que eles sejam cidadãos. Os imigrantes são uma bênção para o nosso país. Este é um país de imigrantes", disse o Arcebispo nascido em Monterrey, México, e que na juventude migrou aos Estados Unidos onde mais tarde, serviu como sacerdote e bispo auxiliar de Denver e Arcebispo de San Antonio, Texas e Los Angeles, Califórnia.

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