Ao dar início à Semana da Vida e às vésperas da discussão na Assembleia da República sobre quatro projetos relacionados à eutanásia em Portugal, os peregrinos que visitaram Fátima no último fim de semana rezaram pela não legalização de tal prática no país.

Os projetos de lei relacionados à legalização da eutanásia em Portugal estão previstos para entrar na pauta de discussão no próximo dia 29 de maio.

Nesse sentido, durante a Missa da Peregrinação Internacional Aniversária no Santuário de Fátima no domingo, 13 de maio, os peregrinos recordaram a questão da eutanásia, na oração universal.

“Pela autoridade e parlamento nacional, para que no processo de governo e de legislação promova a vida e ela seja sempre tutelada e amada, desde a sua concepção até ao seu fim natural”, pediram os fiéis, associando assim o Santuário às celebrações da Semana da Vida.

Porém, não foi apenas na Cova da Iria que os católicos aproveitaram o dia da Virgem de Fátima para rezar em defesa da vida. Também em Lisboa, um grupo de fiéis realizou uma vigília de oração em frente à sede do Partido Socialista, o partido do governo português.

A iniciativa foi organizada pelo Terço dos Homens de Seixal, que explicou em sua página de Facebook: “Por ser 13 de maio, uma data histórica para a Igreja Católica e para Portugal, cerca de três dezenas de fiéis, entre crianças e adultos, rezaram o terço, entoaram cânticos a Nossa Senhora e invocaram a proteção de São João Paulo II a favor da vida”.

Semana da Vida

Ainda no domingo, 13 de maio, a Igreja Católica em Portugal deu início a Semana da Vida de 2018, que se encerra no próximo Domingo de Pentecostes e traz como tema “Eutanásia... O que está em jogo?”.

Em material para a celebração desta Semana, preparado pelo Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) da Comissão Episcopal do Laicado e Família, refere-se que voltou-se “à problemática da Eutanásia, que envolve a ética, a medicina, o direito, a filosofia, a religião... e onde se ‘misturam’ experiências pessoais e familiares”.

“Com toda a humildade e respeito, a Igreja, porque é ‘mãe e mestra da vida’, tem de estar sem medo, na primeira linha desta decisiva reflexão sobre o dom primeiro que é a vida, lembrando que este dom é uma tarefa infinita, que não cabe na ‘frieza das leis’, e tem de ser sempre acompanhado pela compaixão e misericórdia”, acrescenta o documento.

Nesse sentido, o Bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, lembrou em coletiva de imprensa no sábado, 12 de maio, que “a promoção, a valorização, a defesa da vida humana em todas as suas fases é, em grande parte, fruto do Cristianismo”.

“Não fazemos guerra, mas também não podemos ficar silenciados”, declarou o Prelado, conforme assinala a Agência Ecclesia, do episcopado português.

O também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa lamentou a “falta de esclarecimento” e a “ambiguidade” existentes no atual debate sobre a eutanásia no país e, por isso, fez um apelo “a toda a sociedade e às instituições responsáveis para um debate sereno, sério, esclarecido e esclarecedor, aprofundado e humanizador”.

Ao ressaltar que “não se elimina o sofrimento eliminando a pessoa”, Dom Marto defendeu que é preciso “oferecer a quem sofre, e a quem sofre de uma maneira muito difícil, os chamados cuidados paliativos, uma alternativa”.

De acordo com o Bispo, é necessário fazer tudo para que as pessoas “não se sintam sós, não se sintam abandonadas”.

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