Seja em famílias numerosas ou de herdeiro único, uma coisa se mostra igual: a felicidade de uma mãe ao ver seu filho realizado vocacionalmente é “como dar à luz novamente”, garantiram algumas mães de sacerdotes e religiosas em Portugal.

Em declarações recolhidas pela Agência Ecclesia do episcopado português, Isabel Franco, mãe da religiosa Leonor Franco, das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, recordou como foi o dia em que sua filha entrou para a Congregação, em 8 de outubro de 2011.

“Estava ali a dá-la à luz, novamente, uma segunda vez, mas não tinha nada a ver, via de fora e sentia-me um mero instrumento”, testemunhou.

Isabel recordou ter vivido “aquele dia com projetores interiores dentro do peito”. “Temos de nos esquecer de nós e ver um princípio de vida para ela, nesta vocação escolhida”, assinalou esta mãe, admitindo que “no meu coração percebia que se vislumbrava algo de novo, agora desvaneceu-se o impacto da separação pela alegria e o contágio da comunidade onde ela entrou”.

Irmã Leonor Franco, de 31 anos, está estudando Teologia em Madri, Espanha, onde sua congregação tem uma casa, e conta que no começo, sua mãe Isabel sentiu muito a separação física. Porém, agora, esta mãe de uma freira vocacionalmente realizada diz entender que é uma “comunhão, porque o mais importante é comungar do que é a vida dela”.

“Ela está na vida consagrada a servir os outros e isso serve de exemplo para mim, vou para o meu trabalho tentando servir os outros”, completou.

Já Maria da Conceição Lima viu se realizar em José António Carneiro o sonho de ter um filho sacerdote. “Como tive quatro rapazes perguntei muitas vezes a Deus se ele me iria dar a graça de ter um filho padre”, revelou à Agência Ecclesia.

José António é o segundo dos cinco filhos de Maria da Conceição. Quando ela teve o quarto filho, decidiu sair de seu trabalho em uma fábrica. Devido às dificuldades, após o 9º ano na escola, seu filho foi trabalhar em uma fábrica de calçados, enquanto estudava à noite.

Até que um sacerdote lhe sugeriu ajuda para a entrada de seu filho no seminário e, presente na conversa, José António afirmou que este também era o seu sonho.

Então, aos 16 anos, o jovem, “que nunca tinha saído uma horinha” de perto da mãe, ingressou no seminário. Naquele dia, Maria da Conceição recorda que o filho “lá ficou todo contente e eu vim todo o caminho a chorar, apesar de me sentir feliz porque acreditava que ele iria fazer todo o caminho até o fim”.

“Tanto que eu rezei durante aquele tempo, aqueles anos, pedia a Deus para que lhe concedesse ser um santo sacerdote e ainda hoje continuo a rezar”, contou a mãe de Pe. José António, o qual foi ordenado na Arquidiocese de Braga, em 18 de julho de 2010, que foi um dia “de graça”.

Por sua vez, Aida Oliveira admitiu à Agência Ecclesia que custou ao seu coração quando seu filho único, Renato Oliveira, decidiu que entraria no Seminário para ser padre. Mesmo assim, deu todo apoio ao filho.

Mais tarde, a ordenação sacerdotal de Renato se tornou para Aida “um dos dias mais felizes de sua vida”. “O dia 18 julho de 2015 foi de uma felicidade sem medida: olhei-o nos olhos e vi a sua felicidade, era o que mais queria, ali percebi”, contou.

Agora, esta mãe garante: “Partilho o meu filho com todos, mas partilham muito mais comigo: eu tenho um filho único e sinto-me cheia, os seus amigos enchem a nossa casa”.

Já Pe. Renato Oliveira revelou que não consegue imaginar sua “vida de fé e vocação” sem sua mãe. “Gosto ainda de contemplar o olhar e o sorriso da mãe nas fotografias do dia da minha ordenação, sinto que me conforta e alenta em dias menos bons”, confessou.

Para o jovem padre, a mãe é “uma figura essencial para a vida de um sacerdote” e, pessoalmente, afirma que a sua é a “pessoa que melhor encarnou o rosto materno de Deus”.

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