A mãe de Vincent Lambert assegurou que é “reconfortante” que o Papa Francisco e o Arcebispo de Lyon, Cardeal Philippe Barbarin, tenham pedido que se respeite a vida de seu filho, que ficou tetraplégico em 2008 e a quem querem aplicar a eutanásia.

Viviane, mãe do homem francês de 41 anos, se referiu à exortação feita pelo Santo Padre durante a Audiência Geral realizada em 18 de abril.

“Chamo a atenção novamente sobre Vincent Lambert e o pequeno Alfie Evans e gostaria de reiterar e fortemente confirmar que o único dono da vida, desde o início até o fim natural, é Deus!”, expressou Francisco.

Viviane declarou ao Grupo ACI que esta exortação “é muito boa. As palavras do Papa são muito fortes. Pediu a todos para rezarem pela proteção da vida e isso nos reconforta”.

Também comentou que receberam apoio do Cardeal Barbarin, que “através do seu Twitter defendeu Vincent”.

“Há mais de três semanas, o Cardeal Barbarin foi a Roma e falou com o Papa sobre Vincent. Este lhe pediu que explicasse o assunto, porque não o conhece muito bem, e o Cardeal deu-lhe todas as indicações sobre o meu filho”, indicou.

É por isso que “o Santo Padre falou recentemente sobre Vincent”.

Em 9 de abril, Vincent Sánchez, médico do hospital em Reims, anunciou que queria suspender o tratamento de Vincent Lambert, uma decisão que foi apoiada pela esposa do paciente. Entretanto, Pierre e Viviane apresentaram uma apelação no tribunal de Châlons-en-Champagne para salvá-lo.

Por sua parte, a mídia francesa informou que, em 2 de maio, o Tribunal de Chalons-en-Champagne nomeou três médicos especializados em neurologia, medicina física e reabilitação, para estudar o caso de Vincent e, em junho, determinar se “evoluiu depois do último exame realizado em 2014 pelo Conselho de Estado”.

O relatório de 2014 assinalou que ele tinha danos cerebrais irreversíveis e que sua condição havia piorado. Entretanto, os pais de Vincent, Pierre e Viviane, junto com dois irmãos, argumentam que seu estado não é vegetativo, mas “deficiente”, e começaram uma batalha legal para salvá-lo.

Em declarações ao Grupo ACI, Viviane Lambert indicou que atualmente “Vincent está bem e receptivo” e que “respondeu ao tratamento dos médicos e está sendo monitorado”.

Assegurou que, “às vezes, se relaciona conosco através do seu olhar. Ele não fala, mas vocaliza um pouco”.

Entretanto, lamentou que, para os médicos do Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Reims, esses pequenos gestos do paciente sejam “negativos”. Eles “querem a sua morte. Isso é tudo”, denunciou.

Por isso, expressou suas esperanças “nestes exames, porque estão envolvidos médicos que se especializaram nestes casos. Esperamos que seja constatado que Vincent está em um estado racional, não vegetativo”.

“Os exames serão realizados em nossa presença. Estaremos eu e o meu esposo, os irmãos de Vincent, David e Ana. Mas ainda não sabemos quando serão realizados”, assinalou.

Indicou que, se os resultados dos estudos forem positivos, “queremos transferi-lo a outro estabelecimento, onde possa ser atendido melhor, mas os médicos se recusam. Ele é nosso filho, ante as instâncias lutaremos por ele”.

Porém, no caso de um resultado negativo, “segundo a lei, aplicarão uma sedação profunda a Vincent e isso é uma eutanásia cujo nome não é dito”.

A esposa de Vincent, Rachel, junto com outros irmãos do paciente e seu sobrinho, pediu desde 2013 aos tribunais franceses que os seus suportes vitais sejam desconectados.

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Rachel “é a responsável legal por Vincent e quer que desconectem os suportes vitais e acabem com a sua vida. Mas não deixaremos que faça isso”, disse Viviane.

A mãe manifestou ao Grupo ACI que Rachel, os irmãos e o sobrinho querem o fim da existência de Vincent “porque eles dizem que ele não queria viver assim, que as pessoas não querem viver assim”, mas seu filho “não deixou diretrizes antecipadas sobre isso, então não sabemos o que ele gostaria”.

“Eles também não têm algo escrito ou que diga que Vincent gostaria de ser desconectado. Acho que ele não gostaria que isso acontecesse”, assegurou Viviane e denunciou que “a esposa nos pediu para reduzir visitas, mas procuramos a justiça e há 15 dias conseguimos a permissão para visita-lo uma hora por dia”.

A mãe também denunciou que “certas pessoas usam Vincent para legalizar a eutanásia. Há muito lobby para a eutanásia, assim como aconteceu há algum tempo com o aborto”.

Disse inclusive que o presidente da França, Emmanuel Macron, não respondeu a carta aberta que lhe enviou em abril através do jornal ‘Le Figaro’.

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