Em 29 de março, a Prefeitura de Roma (Itália) prorrogou até o final deste ano a entrega à Cáritas das moedas que os turistas jogam na famosa Fontana di Trevi.

Esta decisão foi tomada depois da polêmica provocada por uma ata do município que anunciou que a partir do dia 1º de abril deste ano o dinheiro não seria enviado a Cáritas, mas para a própria prefeitura da Cidade Eterna.

O jornal italiano ‘Il Corriere della Sera’ assinalou que em outubro de 2017 o vice-prefeito de Roma, Luca Bergamo, e a assessora para a Comunidade solidária e a escola, Laura Baldassarre, tinham assinado uma ata que decretava que o dinheiro arrecadado no lugar turístico seria destinado a financiar “projetos de assistência e solidariedade”.

Através de um comunicado divulgado na terça-feira, 3 de abril, Cáritas Roma indicou que, “com a memória número 22 no último dia 29 de março, foi prorrogada até o dia 31 de dezembro de 2018 a atribuição das moedas da Fontana di Trevi à Cáritas Roma para destiná-las às iniciativas de solidariedade e assistência das pessoas mais frágeis”.

A organização afirmou que esta resolução da Prefeitura “confirma os caminhos da administração que ocorreram ao longo dos últimos 20 anos e expressam especificamente a solidariedade de toda a cidade de Roma com as pessoas que sofrem”.

Destacaram que este é um reconhecimento de que a Cáritas Roma é um organismo que tem “essa especificidade ‘única’ na cidade, para interceptar e satisfazer as diversas formas de pobreza: cidadãos sem-teto, idosos solitários, imigrantes que não conseguem ser integrados, doentes, crianças difíceis, famílias em dificuldade. Tudo isto é possível graças a uma repartição territorial de 139 centros de escuta da paróquia presentes em todos os municípios e regiões”.

Explicaram que o “tesouro” que se obtém neste lugar emblemático se converteu em comida servida nos refeitórios populares para aqueles que vivem em extrema pobreza, em serviços de ajuda, em assistência econômica para pagar hipotecas, médicos, escolas e inclusive ajuda para repatriamento de corpos.

“O dinheiro arrecadado na Fontana di Trevi é, parcialmente, um fundo para casos desesperados, aqueles que não podem ser classificados em nenhuma ‘categoria’, que representam o aspecto mais problemático da incomodidade: são os ‘últimos entre os últimos’”, explicaram.

“Responsabilidade, transparência, espírito de serviço e testemunho: estas são as atitudes que nos guiaram durante esses anos nos quais a Prefeitura de Roma entregou as moedas da Fontana di Trevi à Caritas”, manifestou o diretor da Cáritas Roma, Mons. Enrico Feroci.

Além disso, assegurou que a decisão de entregar o dinheiro a esta organização da Igreja Católica sempre foi considerada “como um certificado de confiança para o trabalho em favor de muitas situações generalizadas de pobreza e de marginalização”.

Mons. Feroci disse que a responsabilidade é “em primeiro lugar para os pobres, os verdadeiros beneficiários do dinheiro arrecadado na fonte, para o qual utilizam, sobretudo, para aqueles que não podem ter outras formas de apoio”.

Segundo informações de L'Avvenire, jornal da Conferência Episcopal Italiana, a cada ano são arrecadados 1,4 milhões de euros na Fontana di Trevi, que a Cáritas destina para financiar as suas obras de caridade.

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