Frente aos recentes confrontos na Faixa de Gaza, que já deixaram 17 mortos, Pe. Mario da Silva, Pároco da Paróquia Sagrada Família nesta região, assinalou como os fiéis locais têm vivido sentimentos de contradições nestes dias e pediu orações.

“Na última Páscoa que nós tivemos, infelizmente, era uma mistura de alegria pela Páscoa, mas também um sentimento de tristeza pelas pessoas que morreram no confronto, pelas mais de mil pessoas que foram feridas e que estão agora nos hospitais”, declarou o sacerdote em entrevista a Vatican News.

Os confrontos entre manifestantes palestinos e o exército israelense começaram na sexta-feira, 30 de abril, primeiro dia da chamada “Marcha do Retorno”, um protesto convocado para acontecer até o dia 15 de maio, contra à ocupação israelense.

Segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino, 17 pessoas morreram e 1.100 ficaram feridas durante o protesto do dia 30 de abril, considerado o dia mais violento desde a guerra iniciada por Israel na Faixa de Gaza em 2014.

Enquanto o Exército de Israel afirma que o confronto teve início porque palestinos se aproximaram da cerca na fronteira, o Ministério da Saúde de Gaza culpou soldados israelenses de atirar em dois agricultores palestinos, tendo matado um deles.

Ao Vatican News, Pe. Mario da Silva ressaltou que a comunidade vive com “medo de que comece uma nova guerra”, além da “incerteza de não saber o que será dos nossos futuros, a tristeza pela pobreza que aqui se vê, que aqui se vive, a falta de liberdade”.

O sacerdote agradeceu ao Papa Francisco por suas palavras incentivando o diálogo como forma de solução.

No domingo, antes de dar a bênção Urbi et Orbi, por ocasião da Páscoa, o Santo Padre invocou “frutos de reconciliação” para a Terra Santa, “também nestes dias, por conflitos abertos que não poupam os indefesos”.

Francisco desejou que “o diálogo e o respeito mútuo prevaleçam sobre as divisões e a violência”.

Por sua vez, o pároco de Gaza expressou que “agradecemos muito ao Papa Francisco por essas palavras e nós cremos que é a única via de solução possível para os confrontos que aqui se encontram”.

“Sem diálogo, não se chegará nunca a um acordo, sem que nenhuma das duas partes ceda nada, não se chegará nunca a um acordo”, assinalou.

Segundo o sacerdote, “a situação aqui é um pouco complicada, porque o diálogo não é só entre duas partes, mas são muitas as partes interessadas em ambas as partes em discussões, como o governo de Israel, a Autoridade Palestina, Hamas e outros movimentos que aqui se encontram”.

“Pedimos a todos sempre orações para que algum dia se possa resolver esta situação tão complicada”, concluiu.

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