Os bispos católicos dos Estados Unidos, junto com 1.600 organizações católicas, religiosos e líderes leigos, se dirigiram ao governo para mostrar a sua “profunda” preocupação com a redução histórica do número de refugiados que se beneficiam com o reassentamento.

A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) e as organizações católicas enviaram, cada uma por conta própria, uma carta ao Departamento de Segurança Nacional e ao Departamento de Estado pedindo um diálogo sobre o Programa de Admissão de Refugiados (USRAP).

O pedido foi realizado porque em meados deste ano o governo federal dos Estados Unidos reassentou apenas 9.616 refugiados.

“Com estes números, os Estados Unidos reassentarão menos de 20.000 refugiados no ano fiscal de 2018, um número que representa apenas 25% do número de refugiados que chegou dois anos antes, no ano fiscal de 2016”, segundo explicou a USCCB em um comunicado em 27 de março assinado pelo presidente do Comitê de Migração, Dom Joe Vásquez.

“Para o ano fiscal de 2018, a Determinação Presidencial foi estabelecida em 45.000 refugiados, marcando o menor número desde a criação da Lei dos Refugiados em 1980”, acrescentou.

Na carta, Dom Vásquez explicou que “o nível atual de chegada de refugiados coloca em perigo milhares de pessoas vulneráveis ??em busca de proteção”.

“Isso inclui 87 cristãos iranianos e outras minorias religiosas perseguidas do Irã, os quais recentemente foram impedidos de entrar nos Estados Unidos”, acrescentou.

“Muitas vezes são mulheres e crianças em situação de risco que são vulneráveis ??demais para permanecer na região e/ou em situações muito perigosas para esperar no país de acolhida até que o conflito interno termine”, explicou o bispo.

Além disso, Dom Vásquez declarou que, “durante 37 anos, os Estados Unidos foram líderes mundiais na acolhida e reassentamento de refugiados” e que “a Igreja Católica foi sócia comprometida neste trabalho”.

“Com esse espírito, apelamos à Administração para renovar um compromisso bipartidário para o reassentamento de refugiados, incluindo as minorias religiosas”, acrescentou.

Finalmente, apresentou dois pedidos para solucionar este problema. Em primeiro lugar um “processamento robusto e transparente pelo Departamento de Segurança Nacional para garantir um processamento maior de refugiados para o reassentamento” em 2018.

E, em segundo lugar, a admissão de pelo menos 45.000 refugiados neste ano e uma Determinação Presidencial de 75.000 refugiados no próximo ano.

“Então, renovamos o nosso pedido de uma reunião com os senhores para analisar como abordar o estado atual do processamento de refugiados”, concluiu.

Além disso, mais de 1.600 organizações católicas, mulheres e homens religiosos e líderes leigos, também expressaram a preocupação pelo estado do USRAP.

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