Em uma reunião sobre a situação dos cristãos no Iraque com a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), um representante das Nações Unidas reconheceu a necessidade de apoio à diversidade religiosa na região como uma forma de defesa.

“A ONU reconhece a necessidade de uma maior colaboração para se conseguir estabilizar a Planície de Nínive e reconhece também a necessidade de se apoiar a diversidade religiosa da região, pois isso significará também uma futura defesa diante de uma eventual nova ameaça do ISIS”, afirmou o representante do secretário-geral da ONU para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Mourad Wahba.

A reunião entre o secretário-geral internacional da Fundação ACN, Philipp Ozores, e o representante do secretário-geral da ONU para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Mourad Wahba, aconteceu em Nova York e contou também com a participação de representantes dos Cavaleiros de Colombo.

O objetivo desse encontro, segundo informa a ACN, era informar a ONU sobre a situação em que se encontram atualmente os cerca de 95 mil cristãos que viviam na Planície de Nínive e que foram forçados a fugir para o norte do país, em consequência da invasão, em 2014, da região pelo Estado Islâmico (ISIS).

No encontro, as Nações Unidas foram informadas dos principais desafios que se colocam hoje em dia aos cristãos que desejam regressar a suas casas e da importância de haver uma resposta coordenada internacionalmente a fim de se salvaguardar a própria sobrevivência da comunidade.

Nesse sentido, foram indicadas como conclusões dessa reunião a importância do trabalho desenvolvido até agora pela Ajuda à Igreja que Sofre junto aos cristãos iraquianos e a necessidade de um esforço coordenado com a ONU para uma maior eficácia desse trabalho humanitário.

A Fundação ACN vem sendo uma das organizações que mais tem ajudado os cristãos no norte do Iraque, com cerca de 31 milhões de euros desde a invasão do Estado Islâmico em 2014. Este apoio prestado permitiu, até agora, que cerca de 35% das famílias cristãs regressassem às suas localidades de origem.

Porém, segundo a ACN, ainda há muito a ser feito para a reconstrução de casas e de outras infraestruturas. Assim, a instituição lançou uma nova contribuição de 5 milhões de dólares que serão destinados à reabilitação ou reconstrução de 2 mil habitações das cerca de 13 mil destruídas ou gravemente danificadas pelos jihadistas.

Para a Ajuda à Igreja que Sofre, “é muito importante poder contar finalmente com o apoio das Nações Unidas nesta missão de carácter humanitário tão relevante no Iraque”.

“Acolhemos com satisfação o crescente envolvimento institucional para pôr fim urgentemente ao drama dos cristãos de Nínive”, afirmou Philipp Ozores, sublinhando que, durante muito tempo, a ajuda prestada foi apenas da responsabilidade de doadores privados.

Por sua vez, o representante do secretário-geral da ONU destacou a importância de o esforço humanitário em curso no Iraque, em favor das minorias religiosas, poder beneficiar de “uma maior cooperação entre os setores público e privado”.

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