Pe. Tom Uzhunnalil escreveu uma autobiografia intitulada ‘Pela graça de Deus’, na qual descreve a sua experiência no cativeiro do Estado Islâmico (ISIS) durante 18 meses, entre outras experiências.

Segundo informações da agência de notícias salesiana ANS, o livro do Pe. Uzhunnalil foi apresentado no último dia 2 de fevereiro, durante uma reunião da Conferência Episcopal da Índia (CBCI) pelo Cardeal Baselios Cleemis, Arcebispo da Igreja Católico Siro-Malankar.

A ANS indicou que o texto conta a vida do sacerdote de origem indiana “desde a sua infância até a formação na Congregação Salesiana, o seu trabalho missionário no Iêmen e explica o sequestro e a sua prisão durante os meses seguintes”.

‘Pela Graça de Deus’ foi publicado por Kristu Jyoti Publications, editora dos salesianos de Bangalore.

Em dezembro de 2017, o Padre Uzhunnalil recebeu o Prêmio Internacional Madre Teresa, concedido pela Fundação Harmony, por “ser uma pessoa compassiva” e pela sua coragem diante do perigo.

Naquela ocasião, o sacerdote comentou: “Conheci Madre Teresa de Calcutá em 1983 e me inspirei no seu amor por Deus, na sua humildade e simplicidade e na abordagem muito amigável com as pessoas”.

Pe. Uzhunnalil foi sequestrado em 4 de março de 2016, depois que um grupo de jihadistas do Estado Islâmico invadiu um asilo de idosos e pessoas com deficiências que era administrado por religiosas das Missionárias da Caridade em Áden, no Iêmen.

Como se recorda, no mesmo dia, os jihadistas assassinaram quatro religiosas, doze idosos e os voluntários do local.

Em declarações recentes ao jornal ‘The Telegraph India’, o sacerdote pediu desculpas por um vídeo divulgado pelo ISIS durante o seu sequestro, no qual afirmou: “Eu sou da Índia e talvez é por isso que não seja considerado muito valioso”.

O sacerdote de 59 anos explicou que “o que eu disse naquele vídeo ficou gravado no meu coração. Os meus sequestradores queriam que eu dissesse isso. Não sei por que eles me obrigaram a dizer isso. Entretanto, peço desculpas por tudo o que eu disse”.

Em 12 de setembro de 2017, foi libertado e logo depois levado a Roma, onde permaneceu durante duas semanas na comunidade salesiana.

Na Itália, o sacerdote indiano se encontrou com o Papa Francisco e deu uma coletiva de imprensa, na qual explicou o cativeiro de 18 meses com o ISIS.

Pe. Uzhunnalil voltou para a Índia em 28 de setembro e, de acordo com a ANS, permanece nesse país e, em todos os eventos que participa, “surpreende com o seu testemunho cristão humilde e sereno e pelo seu desejo de fazer para o seu futuro somente a vontade de Deus”.

Confira também: