Depois dos ataques contra os bispos venezuelanos, a plataforma cidadã CitizenGo lançou uma petição a fim de exigir ao presidente Nicolás Maduro que respeite a liberdade religiosa no país.

“É o momento de pedir a Maduro que respeite a liberdade. A liberdade de expressão e de crítica. E também a liberdade religiosa”, afirmou CitizenGo em seu abaixo-assinado.

Maduro acusou dois bispos de supostamente ter cometido “crimes de ódio” na festa da Divina Pastora de Barquisimeto, em 14 de janeiro.

Trata-se do Arcebispo de Barquisimeto, Dom Antonio López Castillo, e do Bispo de San Felipe, Dom Víctor Hugo Basabe, que, segundo o jornal ‘El Nacional’, “clamaram pelo fim da fome e da corrupção” no país durante as suas homilias na festa da Divina Pastora.

No dia 15 de janeiro, Maduro pediu ao Supremo Tribunal de Justiça, à Controladoria e ao Ministério Público que abrissem a investigação contra os bispos.

O presidente disse: “Agora vem um demônio com batina incentivar os confrontos violentos, a pedir guerra civil”. “Na verdade eu não escuto essa gente, nós não ouvimos esses bandidos”, acrescentou.

Após as agressões, Dom Basabe afirmou que “sabia que as minhas palavras irritariam as pessoas que, em sua consciência, sabem que são responsáveis ??pela tragédia que vive esse povo que eu amo”.

“Aqui na minha casa eu estou com as minhas únicas armas: a minha fé em Cristo e a certeza de que a minha vida está em suas mãos. Para aqueles que nem a consciência deles nem a história os perdoarão”, acrescentou.

Os dois bispos receberam o apoio do Episcopado Venezuelano e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) em 18 de janeiro.

“No Conselho Episcopal Latino-Americano, esperamos que respeitem a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, como direitos consagrados na Constituição da República Bolivariana da Venezuela e nos tratados internacionais, garantindo a integridade e o bem-estar de Dom Antonio López Castillo, de Dom Víctor Hugo Basabe e de todo o povo venezuelano”, indica o texto dos prelados latino-americanos.

O pedido da plataforma CitizenGo também foi lançado depois que organismos internacionais e bispos venezuelanos denunciaram o massacre perpetrado por forças militares em 15 de janeiro contra o policial rebelde Oscar Pérez e as pessoas que o seguiam.

Pérez era um policial e piloto venezuelano que se rebelou contra o regime do presidente Nicolás Maduro, atacando edifícios governamentais de um helicóptero em 2017.

A crise atual, muito grave devido à escassez de alimentos e remédios, foi exacerbada pela decisão da Assembleia Nacional Constituinte, dominada pelo oficialismo, de adiantar as eleições presidenciais para o dia 30 de abril.

Maduro disse que as eleições serão realizadas com ou sem oposição.

“O seu enrijecimento totalitário leva a mais divisão e mais miséria. O único objetivo da precipitada convocação às eleições presidenciais é ganhar tempo. E ele sabe disso. Pedimos às autoridades internacionais que tomem medidas a respeito ante uma intervenção totalitária em volta na Venezuela”, expressou CitizenGo.

Pode assinar a petição de CitizenGo AQUI.

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