O Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, exortou aos dirigentes nacionais a resgatar a alma da política, que foi arrebatada pela partidocracia, para torna-la novamente em um serviço a outros.

É preciso, afirmou o Cardeal, “redescobrir a política, restituir-lhe a alma que a partidocracia lhe tirou. Não digo os partidos, mas sim a partidocracia, o corporativismo que lhe tira diversidade e lhe faz perder a transcendência aos outros, o serviço à comunidade”.

Durante a VIII Jornada da Pastoral Social, o Primado da Argentina recordou que a política é “uma forma elevada da caridade, de amor e portanto, um problema teológico e ético”. Entretanto, reconheceu que nos últimos anos esta tarefa se desprestigiou.

Do mesmo modo, explicou que o serviço não é um simples compromisso ético ou algo que se faz para cobrir o tempo restante, senão que servir “é ser fiéis ao que somos”, explorando “essa íntima capacidade de dar o que se é, de amar até o extremo dos próprios limites”.

Por outro lado, durante sua exposição “A Nação por construir. Utopia, pensamento e compromisso”, o Cardeal assinalou que a Argentina vive “um momento decisivo” no qual deve optar entre seguir sendo um país, aprendendo “da experiência dolorosa destes anos” e iniciar um caminho novo; ou “afundar-se na miséria, o caos, a perda de valores e a decomposição como sociedade”.

“Devemos apostar na entrega pessoal ao projeto de um país para todos. Projeto que, desde o educativo, o religioso ou o social, torna-se político no sentido mais alto da palavra: Construir a comunidade”, afirmou.

Para isso, pediu construir uma “cultura do encontro” que uma aos argentinos, e não ceder diante dos quem promovem o ódio, debilitam vínculos e comercializam “com falsas utopias".

Finalmente, o Arcebispo pediu a Deus “que nos converta o coração” para que a Argentina supere sua atual situação.