Ante as declarações do antigo Revisor Geral da Santa Sé, Libero Milone, na qual denunciou que foi obrigado a renunciar às suas responsabilidades sob a ameaça de prisão por um crime que garante não ter cometido, a Santa Sé indica, por meio de um comunicado publicado pela Sala de Imprensa, que o Sr. Milone abusou dos seus poderes ao investigar a vida privada dos expoentes do Vaticano.

No comunicado, afirma-se que o Escritório do qual Libero Milone era responsável “encarregou ilegalmente uma empresa externa para realizar atividades de investigação sobre a vida privada de expoentes da Santa Sé”.

Também indica que, “além de constituir um crime, isso comprometeu irremediavelmente a confiança no Dr. Milone, que, confrontado com as suas responsabilidades, aceitou livremente renunciar”.

Além disso, a Sala de Imprensa do Vaticano, através deste comunicado, garante que “as investigações foram realizadas com todo o escrúpulo e no respeito pela pessoa”.

Libero Milone fez essa denúncia em uma entrevista publicada no domingo, 24 de setembro, no jornal italiano Corriere della Sera, ao qual disse: “Eu não renunciei voluntariamente. Eles ameaçaram que iriam me prender. O chefe da Gendarmaria me intimidou e me obrigou a assinar uma carta que eles já tinham preparado”.

A Santa Sé negou essas declarações e expressou “surpresa e pesar”. Também recordou que, com sua maneira de agir, Milone “não manteve o acordo de confidencialidade sobre os motivos da sua renúncia ao cargo”.

Libero Milone foi Revisor Geral da Santa Sé desde que o Papa Francisco instituiu este Escritório em 24 de fevereiro de 2014 até a sua renúncia em 20 de junho de 2017.

A tarefa do revisor geral era auditar as contas dos Dicastérios da Cúria Romana e de outras instituições dependentes da Santa Sé e do Estado do Vaticano.

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