Na coletiva de imprensa que o Papa Francisco ofereceu aos jornalistas que o acompanharam no avião da Colômbia para Roma, durante a sua viagem apostólica, o Santo Padre recordou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se ele se apresenta como político pró-vida, também deve defender a família.

“Se é um bom homem prolife (pró-vida) deve entender que a família é o berço da vida e deve defender a unidade”.

O Pontífice fez esta declaração quando perguntaram a sua opinião sobre a decisão do governo norte-americano de abolir o Programa de Ação Diferencial para Chegados na Infância (DACA), também conhecida como “Lei dos dreamers”, aprovada pelo ex-presidente Barack Obama, e que permitia proteger os imigrantes indocumentados que chegaram ao país antes de completar 16 anos e que permaneceram no território dos Estados Unidos por mais de cinco anos.

Francisco assinalou que tem grande interesse em estudar bem o programa e as consequências da sua revogação, porque está preocupado com os efeitos que podem causar em muitos jovens imigrantes que já estavam estabelecidos nos Estados Unidos.

Também deixou patente a sua preocupação por uma das consequências dessa abolição: a possível separação dos jovens das suas famílias. “Afastar os jovens da família não é algo que dá um bom fruto”, advertiu.

Também expressou sua preocupação sobre os riscos que a revogação deste programa possa ter no processo de integração dos jovens.

“Quando os jovens se sentem explorados, no final você se sente desesperançado. E quem os rouba? A droga, os vícios, o suicídio. O suicídio juvenil é muito forte e ocorre como consequência de tirar os jovens das suas raízes”.

Por isso, “é muito importante a relação de um jovem com as suas raízes. Os jovens desenraizados pedem ajuda, querem reencontrar a sua raiz. Por isso eu insisto tanto no diálogo entre idosos e jovens. Que eles dialoguem com seus pais, mas também com os idosos, porque aí estão a suas raízes”.

O Papa Francisco manifestou a sua esperança de que o presidente reconsidere a sua decisão de revogar o programa, precisamente porque se define como um homem “pró-vida”.

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