O presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, recordou em Fátima que muitas pessoas são “forçadas a fugir apenas porque carregam consigo o nome de cristãos”.

O Prelado presidiu a Peregrinação aniversária de 12 e 13 de agosto no Santuário de Fátima, em Portugal, que é dedicada aos Migrantes e Refugiados e foi promovida no âmbito da 45ª Semana Nacional das Migrações, organizada pela Obra católica Portuguesa das Migrações.

Durante a homilia da Missa de domingo, 13 de agosto, ao referir-se à primeira leitura da Liturgia, que falava sobre o profeta Elias, Dom Fisichela sublinhou que ele era “um homem que foge porque tem medo”, pois “querem mata-lo porque tem fé em Deus”.

“Esta é hoje também a experiência de tantos irmãos e irmãs forçados a fugir apenas porque carregam consigo o nome de cristãos. Muitos entre nós sabem o que significa a distância de casa, da família, dos afetos, sabem o que significa viver em um país estrangeiro. Hoje, voltaram aqui à Capelinha de Fátima, porque esta é a sua casa”, assinalou.

O presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização ressaltou que, “em Fátima, a Mãe de Deus nos recorda a essência da vida cristã, feita de conversão, de silêncio, de oração e de testemunho da caridade”.

De acordo com ele, as palavras dirigidas pela Virgem aos três pastorinhos – “Quereis vos oferecer a Deus?” – “são hoje dirigidas a cada um de nós”.

Dom Rino Fisichella recordou que há cem anos, no dia 13 de agosto, os pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia, foram levados, presos e ameaçados pelo administrador de Ourém, Arturo de Oliveira Santos.

Fazendo um paralelo com o Evangelho do dia, no qual Jesus caminha sobre as águas e Pedro pede que possa ir até o Senhor, o Prelado indicou que “também aos três pastorinhos é pedido caminhar sobre as águas”. “A linda Senhora vestida de braço lhes pediu que tivessem confiança, que voltassem seis vezes à Cova da Iria, simplesmente para se encontrar com Ela”.

“Também muitas vezes nos é pedido para caminhar sobre as águas, nas incertezas da vida, nos momentos de dor e sofrimento”, disse, ao acrescentar que em diversas ocasiões, muitas “dúvidas tornam os nossos passos vacilantes como os de Pedro e parece que vamos afundar”.

“No entanto, agarram-nos as mãos de Cristo que torna a nos levantar e nos segura abraçados a Ele”, ressaltou.

“Quantas vezes vivemos a experiência do pecado, do afastamento de Deus e do seu amor, talvez até nos sintamos livres e contentes, mas uma ilusão dramática, afundamo-nos cada vez mais, longe de nós mesmos e incapazes de mantermos verdadeiras relações de amizade, de sinceridade, de amor”, acrescentou.

Entretanto, “Cristo nos agarra e, segurando-nos bem perto de si, não nos impede de sermos livres, na?o nos faz mal, mas da?-nos a possibilidade de descobrir a verdadeira liberdade e abre diante de no?s horizontes de paz e de alegria, ta?o desejados e nunca alcanc?ados, porque sem Ele na?o podemos fazer nada”.

Além disso, o Prelado convidou a manter a confiança na Virgem Maria. “Estamos diante do olhar materno da Mãe de Deus, para rezar de tal modo que Ela nos escute. É preciso fixarmos os nossos olhos em seu rosto e percebermos dentro de nós o quanto este olhar contém de ternura e de compaixão, diz que nos quer bem, que somos seus filhos, que devemos confiar nela”, expressou.

“Retornaremos, assim, às nossas casas levando conosco a certeza de que o que é importante não é o que Ela é para nós, mas sim o que nós somos para Ela, somos os seus filhos”, concluiu.

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