Um novo estudo revelou que o índice de gravidez de adolescentes no Reino Unido diminuiu ao seu nível mais baixo desde 1969, depois que o governo cortou o financiamento das políticas de “educação sexual”, entre os quais estão o aborto e a contracepção.

Como indica ‘Catholic Herald’, o resultado do estudo The effect of  spending cuts on teen pregnancy (O efeito do corte dos gastos com a gravidez de adolescentes) se soma a um corpo crescente de pesquisa que expõem as falhas de décadas relacionadas a este tipo de políticas que, na verdade, aumentaram o número de adolescentes grávidas, abortos e mães solteiras.

Na pesquisa, foram analisadas estatísticas de ??149 municípios entre 2009 e 2014 e descobriram que, depois que o governo central e local sofreram cortes de orçamentos nos últimos anos para a “educação sexual” nas escolas e controle de natalidade, as taxas de gravidez de adolescentes caíram em 42,6%, entre 2008 e 2013.

Em 2014, apenas 4.160 adolescentes menores de 16 anos foram registradas como grávidas, um número 10% menor do que no ano anterior.

Por outro lado, os pesquisadores informaram que os números do Instituto de Estatísticas Nacionais mostram que o índice de natalidade entre as adolescentes diminuiu 8,7% no último ano.

“Existem argumentos que sugerem que o impacto (dos cortes) na gravidez de adolescentes pode não ser tão ruim quanto temiam e, de fato, os gastos com projetos relacionados à gravidez de adolescentes pode até ser contraproducente”, concluíram os autores da pesquisa David Patona e Liam Wright no ‘Journal of Health Economics’.

Em poucas palavras, acrescentaram, “o controle de natalidade reduzirá o risco de gravidez em atos sexuais que de qualquer maneira teriam acontecido, mas pode aumentar o risco entre os adolescentes que são induzidos a um acesso mais fácil ao controle de natalidade, tanto para começar a vida sexual, quanto para ter relações sexuais com frequência”.

Em 1999, a Grã-Bretanha teve um dos maiores índices de gravidez de adolescentes na Europa depois de 30 anos de educação sexual baseada em anticoncepcionais.

Então, a resposta do governo foi pagar às autoridades locais dezenas de milhões de libras esterlinas para ensinar mais “educação sexual” e controle de natalidade que facilite as meninas a conseguirem anticoncepcionais e a abortiva pílula do dia seguinte.

Em algumas escolas, foram abertas “clínicas de saúde sexual” e as autoridades locais nomearam profissionais para promover o “sexo seguro”. Além disso, um conselho contratou um “coordenador de preservativos”.

A nova pesquisa de Patona e Wright foi precedida de um estudo em 2009 de Teenage Pregnancy Unit (Unidade de Gravidez de Adolescentes), que também constatou que a política governamental estava falhando.

Entretanto, o último governo se comprometeu a continuar promovendo a “educação sexual”, pois é obrigatória no ensino médio, segundo a Lei da Infância e Trabalho Social de 2017.

A colunista e diretora do think-thank Centre for Policy Studies (Centro de Estudos de Políticos), Jill Kirby disse em um artigo que o aspecto mais marcante desta pesquisa é que “demonstra exatamente o que as pessoas especializadas nesta área vêm dizendo há vários anos”.

“Esta última descoberta, baseado em estudos anteriores, deveria ser um chamado de atenção a todos aqueles que não protegem os nossos jovens apegados a ideias ultrapassadas e prejudiciais”, concluiu.

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