O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, afirmou que depois de dois mil anos, a Europa é um significativo exemplo da fecundidade espiritual do cristianismo que não pode ser relegado à esfera do privado.

“Depois de dois milênios, a Europa oferece um exemplo muito significativo da fecundidade espiritual do cristianismo, que por sua própria natureza não pode ser relegado à esfera privada", disse o Arcebispo em sua última carta pastoral.

O cristianismo "tem vocação de profissão pública e de presença ativa em todos os âmbitos da vida", asseverou o Prelado, que considera que se na Europa "estivesse impedido ao substrato religioso e cristão exercer seu papel de inspirar a ética e sua dimensão social, não só se negaria toda a herança do passado, como inclusive estaria em jogo o futuro do homem europeu, crente ou não".

Em sua missiva dedicada ao magistério de João Paulo II com motivo da celebração no próximo domingo do dia dos Pais, Dom García-Gasco lembrou que o Sumo Pontífice considerou que as  "mais graves ameaças" para a sociedade atual se produzem "quando as ideologias absolutizam a própria sociedade ou um grupo dominante, em detrimento da pessoa humana e de sua liberdade".

Igualmente, o Arcebispo referiu-se ao integralismo religioso, "que não distingue entre a esfera da fé e a da vida civil, persistente ainda hoje em outras terras" e assegurando que este  "é incompatível com o espírito cristão concretizado na Europa".

João Pablo II "tem  mostrado um novo modo de ser Papa", mas também "contribuiu de modo eficaz para a transformação do mundo no último quarto do século XX", acrescentou Dom García-Gasco.

Em sua carta, o Arcebispo descreveu o trabalho do Pontífice como “um amor que brota de sua profunda fé em Deus e que o conduz a entregar-se ao serviço dos demais com heroísmo, sem reservar-se nada”.

João Paulo II "é um exemplo extraordinário de caridade e de fé", do qual, além do mais, "impressiona sua inesgotável disposição a levar o Evangelho a todas as partes do mundo, como um verdadeiro apóstolo apesar do sofrimento físico dos últimos anos".

O Arcebispo concluiu sua carta animando os fiéis a rezar pelo Papa "e, depois, imitar seu exemplo de fé e de entrega generosos". Também chamou-lhes a "não ter medo”, porque segundo expressa o  Prelado em referência a João Paulo II, “o timão da nave, conduz o melhor capitão".