A Arquidiocese de Manaus (AM) informou que será celebrada uma Missa em sufrágio dos 56 falecidos durante a rebelião que aconteceu no último dia 1º no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). A celebração será no dia 7 de janeiro, na Catedral da Imaculada Conceição, às 16h.

Em nota assinada também pelo Arcebispo, Dom Sérgio Eduardo Castriani, a Pastoral Carcerária de Manaus se pronunciou “em defesa da vida” e manifestou “solidariedade às famílias enlutadas”.

A rebelião no Compaj teve início na tarde de domingo, 1º de janeiro, e durou cerca de 17 horas. Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, o motim se deu devido a uma briga interna entre as facções Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além do número de falecidos, 184 presos fugiram do complexo, dos quais 144 seguem foragidos, de acordo com último balanço do governo.

Esta foi a segunda rebelião com o maior número de mortos no Brasil, ficando atrás apenas do ocorrido em 1992 no Carandiru, em São Paulo, quando 111 presos foram mortos.

O Complexo Penitenciário Anísio Jobim possui capacidade para abrigar 454 presos, mas está com superlotação, abrigando 1224 pessoas.

Na nota à sociedade, a Pastoral Carcerária afirmou “em primeiro lugar que é dever do Estado cuidar e garantir a integridade física de cada detento, oferecendo as condições para cumprimento das suas respectivas penas”.

Recordando que visita o sistema prisional há 40 anos, a pastoral reforçou ainda que tal sistema “não recupera o cidadão, pelo contrário oportuniza escola de crime, em vez de oferecer atividades ocupacionais aos internos”.

Além disso, disse considerar que “a raiz do problema carcerário no Estado do Amazonas e no Brasil é falta de políticas públicas”. Para a pastoral, “a terceirização também fragiliza o sistema, onde o preso representa apenas valor econômico”.

“Manifestamos nosso repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida, achando que a mesma é descartável, onde se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos (as)”, acrescentaram.

Por fim, ressaltou que “não se pode responder violência, com violência, mas com não-violência, visando uma cultura de paz”.

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