O crítico de livros Francis Phillips explicou a importância da Virgem de Guadalupe durante o processo de evangelização dos astecas no México, os quais estavam acostumados a fazer sacrifícios humanos inclusive entre o seu próprio povo.

“Sem dúvida, os conquistadores estavam muito longe do preceito cristão de amar os nativos como eles mesmos. Mas a fé recém descoberta destes astecas os libertou da escravidão dos seus deuses demoníacos e lhes deu uma Mãe celestial de ternura e compaixão, que trouxe uma verdadeira transformação para suas vidas”, detalhou Phillips em um artigo publicado por ‘Catholic Herald’.

Além disso, disse que “hoje em dia é comum criticar o imperialismo e defender os povos nativos das barbaridades infligidas pelos seus invasores e conquistadores europeus”, entretanto “não é toda a história”.

“Hernán Cortés e seus homens chegaram ao império asteca em novembro de 1519. Doze anos mais tarde, em dezembro de 1531, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu em uma visão a um camponês índio, um cristão batizado com o nome de Juan Diego em uma colina chamada Tepeyac. Na aparição, a Mãe de Deus disse a Juan Diego que era a sua mãe amorosa, trazendo uma nova dignidade e status ao povo asteca”, explicou.

Por outro lado, Phillips reconheceu as afirmações do ex-crítico de arte do ‘Daily Telegraph’, Richard Dorment, que em seu livro ‘Exhibitionist’, descreve a cultura asteca como “um elaborado culto à morte”, porque “envolve sacrifícios humanos em um grau inimaginável”.

“Seus sacerdotes ofereciam ritualmente aos deuses o sangue e os corações não só dos guerreiros capturados na batalha, mas do seu próprio povo”.

Dorment, que elaborou estes comentários durante uma visita a exposição da Academia Real de Artes a respeito dos astecas em novembro de 2002, acrescentou que “se na mentalidade asteca houve algum conceito de amor, ternura, misericórdia ou piedade, este não se reflete em sua arte”.

“Só entre as culturas do mundo, a arte asteca não contém representação de uma mãe com o seu filho".

Não obstante, Phillips se opôs a outro comentário feito por Dorment, no qual postulava que a religião levada ao México pelos conquistadores espanhóis era em seus efeitos “ainda mais cruel” do que a praticada pelos astecas.

“Suponho que se referia ao tratamento violento que os conquistadores exerceram sobre a população nativa. Brutal e exploradora pôde ser frequentemente, mas a fé cristã que trouxeram os invasores não é remotamente comparável ao culto à diabólica morte da religião asteca”, respondeu.

Em seguida, disse que os missionários franciscanos “trabalharam incansável e desinteressadamente para evangelizar os povos indígenas e ensiná-los os mesmos conceitos de ‘amor, ternura, misericórdia e piedade’ que Dorment notou claramente ausentes em seu apavorante mundo pagão e politeísta”.

Ao concluir, expressou que Nossa Senhora de Guadalupe, foi quem “posteriormente trouxe consolo e esperança a milhões de mexicanos ao longo dos séculos”.

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