O Papa Francisco pronunciou, na Audiência Geral desta quarta-feira, a última catequese sobre a misericórdia depois de um ciclo que durou quase um ano, no qual explicou diversos aspectos da mesma por motivo do Jubileu da Misericórdia, que foi encerrado no dia 20 de novembro.

Francisco refletiu sobre “rezar pelos vivos e pelos defuntos”, outra obra de misericórdia espiritual. “A esta, podemos também colocar ao lado a última obra de misericórdia corporal que convida a sepultar os mortos”, disse.

“Pode parecer um pedido estranho essa última, mas, em algumas áreas do mundo que vivem sob o flagelo da guerra, com bombardeios, que dia e noite semeias medo e vítimas inocentes, esta obra é tristemente atual”.

O Papa recordou como o mesmo acontece com Jesus quando se encontra na cruz e a Virgem e João o contemplam. “Após sua morte, chega José de Arimateia, um homem rico, membro do Sinédrio, mas que se tornou discípulo de Jesus, e oferece a ele o seu sepulcro novo, escavado na rocha”.

“Para os cristãos, a sepultura é um ato de piedade, mas também de grande fé. Colocamos no túmulo o corpo dos nossos entes queridos, com a esperança da sua ressurreição”.

“Este é um ritual que permanece muito forte e é sentido em nosso povo, e que encontra ressonâncias especiais neste mês de novembro, dedicado em particular à recordação e à oração pelos defuntos”.

Francisco explicou que rezar pelos mortos “é, antes de tudo, um sinal de reconhecimento pelo testemunho que nos deixaram e o bem que nos fizeram. É um agradecimento ao Senhor por ter nos doado e pelo seu amor e amizade”.

O Pontífice também mencionou como na Missa se recorda os defuntos. “Rezamos com esperança cristã que estejam com Ele no paraíso, na espera de nos encontrarmos naquele mistério de amor que não entendemos, mas sabemos que é uma verdadeira promessa que Jesus fez, todos ressuscitaremos e todos permaneceremos com Ele”.

“A recordação dos fiéis defuntos não deve também nos fazer esquecer de rezar pelos vivos, que junto conosco todos os dias enfrentam as provações da vida”, convidou.

O Papa falou da “comunhão dos santos”, que “exprime a beleza da misericórdia que Jesus nos revelou”. “A comunhão dos santos, de fato, indica que estamos todos imersos na vida de Deus e vivemos no seu amor”, sublinhou.

Por fim, indicou que existem “muitos modos diversos de rezar pelo próximo”. “Penso de modo particular nas mães e nos pais que abençoam seus filhos no período da manhã e à noite; penso também nas orações pelas pessoas enfermas; a intercessão silenciosa, às vezes com lágrimas, em tantas situações difíceis”, disse Francisco.

“Para nós e para os outros, peçamos sempre que se faça a vontade de Deus, como no Pai Nosso, porque a sua vontade é, certamente, o maior, o bem de um Pai que nunca nos abandona”.

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