VATICANO, 30 de mai de 2005 às 17:08
Ao receber em audiência os membros da Conferência Episcopal Italiana, o Papa Bento XVI apoiou energicamente os esforços do episcopado italiano a favor da vida, especialmente no marco de um próximo referendo sobre a reprodução assistida."A relação da Itália com a fé cristã é atualmente profunda e viva. Certamente, aquela forma de cultura, apoiada sobre a racionalidade puramente funcional, que contradiz e tende a excluir o cristianismo e em geral as tradições religiosas e morais da humanidade, está presente e operante na Itália assim como em toda a Europa", constatou o Pontífice.
Entretanto, acrescentou que na Itália "a Igreja conserva uma presença capilar, no meio às pessoas de toda idade e condição, e pode por isso propor nas mais diversas situações a mensagem de salvação que o Senhor lhe confiou".
O Santo Padre falou amplamente sobre a centralidade da Eucaristia "a alma e a energia secreta da Igreja, a fonte da eficácia de nosso apostolado".
Mas em seguida assinalou que "uma questão nevrálgica, que necessita nossa maior atenção pastoral, é a da família. Na Itália, ainda mais que em outros países, a família representa na verdade a célula fundamental da sociedade, está profundamente radicada no coração das jovens gerações e se faz cargo de múltiplos problemas, oferecendo sustento e remédio a situações igualmente díspares".
Entretanto, o Papa Bento observou que "inclusive assim também na Itália a família está exposta, no atual clima cultural, a muitas riscos e ameaças que todos conhecemos".
"Vós Bispos italianos –adicionou o Santo Padre- unistes vossa voz à de João Paulo II, sobretudo no defender a santidade da vida humana e o valor da instituição matrimonial, assim como promover o rol da família na Igreja e na sociedade, pedindo medidas econômicas e legais que sustentem as jovens famílias na geração e educação dos filhos".
O Sumo Pontífice expressou em seguida seu apoio aos bispos italianos no "referendum já iminentes em mérito à lei sobre a procriação assistida: justo por sua claridade e firmeza, seu compromisso é sinal da solicitude de Pastores para cada ser humano, que não pode jamais ser reduzido a um meio, mas sim é sempre um fim, como não ensina nosso Senhor Jesus Cristo em seu Evangelho e como nos diz a mesma razão humana".
Nesta matéria, em que os bispos optaram por promover a abstenção que invalide o processo que legalizaria a reprodução assistida, o Papa disse que "vos sou próximo com a palavra e a oração, confiando na luz e na graça do Espírito que opera nas consciências e nos corações".