O vice-presidente eleito da Conferência Episcopal dos Estados Unidos e Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gómez, indicou que diante da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais e da incerteza de algumas pessoas sobre o futuro do país, os católicos “não podemos desanimar nem ceder à inclinação à ira e ao ressentimento”.

A vitória do candidato republicano Donald Trump sobre Hillary Clinton suscitou uma série de protestos no país por causa de seus comentários depreciativos sobre as mulheres e os hispânicos, além da promessa de construir um muro na fronteira com o México.

Dom Gómez indicou em seu artigo semanal “Depois destas eleições, para onde vamos?” que os católicos “não podemos desanimar nem ceder à inclinação à ira e ao ressentimento que vemos por todas as partes em nossa sociedade”.

O Arcebispo de Los Angeles ressaltou que a atitude que se deve tomada é continuar seguindo Jesus Cristo, lembrar “quem somos, de onde viemos e o que Deus nos chama a ser. Isso significa que temos que viver como católicos antes de qualquer coisa. Como cristãos antes de tudo. Esta é nossa identidade”.

“Não somos republicanos ou democratas, liberais ou conservadores. Antes de mais nada, somos seguidores de Cristo, filhos de Deus, feitos à sua imagem e chamados a ser santos e a trabalhar pelo seu reino, que é a família de Deus na terra”, expressou.

O Prelado recordou que nesses momentos o Evangelho é a “boa-nova que toda pessoa deseja escutar”, que “Deus é real e que ainda está no comando de sua criação, está no comando da história e segue no comando de nossas vidas”.

“Está é nossa esperança. E nossa esperança não nos decepcionará, porque nossa esperança está em Jesus Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida”, manifestou.

Por outro lado, Dom Gómez afirmou que esta campanha presidencial expôs as profundas divisões sociais e suscitou uma “ansiedade” a respeito do futuro dos Estados Unidos. Também “diria que esta é a primeira eleição na qual podemos ver muito claramente que estamos vivendo em um Estados Unidos ‘pós-cristãos’”.

Dom Gómez assinalou que as elites que governam o país “estão profundamente secularizadas e são hostis às instituições religiosas e aos valores e crenças tradicionais”.

Por isso, nas eleições presidenciais “pudemos perceber que sua visão secular é a que agora configura as prioridades e preocupações do eleitorado”.

Diante desta situação, exortou a continuar “proclamando a verdade e opondo-nos aos falsos caminhos para a felicidade humana que vemos em nossa sociedade. Temos que continuar a luta pela dignidade e por resistir a tudo o que ameace diminuir a nobreza do ser humano como filho de Deus”.

“Precisamos fazer tudo com amor, como um povo cheio de compaixão e de misericórdia. E, neste tempo de divisão e confusão, temos que promover a solidariedade e a reconciliação”, indicou Dom Gómez.

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